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Sempre alerta

Foto: Arquivo Pessoal

Meus caros e preclaros,

São especialmente nessas horas que percebo: minha formação moral, educacional e social não se completou a contento.

Faltou algo.

Mesmo oriundo do histórico Grupo Escolar Oscar Thompson, onde iniciei meus estudos no primário, passando pelo rigor marista no Colégio Nossa Senhora da Glória até à renomada Universidade de São Paulo, responsável pela minha graduação em jornalismo…

Mesmo passando por essas e outras instituições educacionais, inclusive no âmbito da pós-graduação, preciso lhes confessar a verdade dos fatos.

Não fui escoteiro quando garoto.

Portanto, mesmo que queira me manter ‘sempre alerta’, falta-me o necessário estofo e preparo para o adequado enfrentamento diante de determinadas situações. 

Recebo nos grupos de zap, os alertas da Defesa Civil sobre a possível tempestade com rajadas de ventos de até 150 quilômetros por hora que se abatera sobre o Estado – e entro em compasso de espera, sem saber o que fazer.

Consola-me o fato que também nossas autoridades constituídas encontram-se na mesma condição. Estão perdidinhas, perdidinhas.

Mais assustam do que nos orientam.

Ah, se tivesse aceitado a sugestão da Dona Yolanda para ser ‘lobinho’.

Eu estava prestes a completar 8 anos. 

Volto a lembrar a mãe, como fiz no post de ontem.

Era uma mulher prudente.

Havia um acampamento nas imediações da várzea do Glicério.

E lá foi ela tirar informações para fazer minha inscrição.

Levou-me com ela.

Lembro que tiraram as medidas para confeccionar a farda em azul_marinho. 

Não me senti muito à vontade.

Tenho vaga lembrança.

Era moleque de rua.

Brincávamos – eu e os amigos -até escurecer ou a mãe chamar aos berros e chinelo em punho.

Enfim…

Não me empolguei.

Gostava da bagunça de viver na rua.

Alem do que…

Azul por azul, uniforme por uniforme, preferia o azul do Invictus Futebol Clube.

Queria ser mascote e entrar em campo, no Distrital da Aclimação, com os craques do time principal.

O pai era diretor social.

Me pareceu mais bacana.

A mãe não gostou.

O pai ficou gabola.

Mas logo esqueceu a promessa que me fez.

E assim ficou o dito pelo não_dito.

Não fui lobinho, escoteiro, mascote. Até coroinha escapei de ser.

Perdi as chances que se apresentaram.

Continuei um errante vida afora.

Por isso, amigos, se vierem as tais tormentas tão amplamente anunciadas.

Não contem comigo.

Estarei recolhido em algum canto, sem saber o que fazer, à espera da tal bonança que, sempre dizem, vem depois da tempestade.

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