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Memórias de um palestrino campeão

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Foto: Arquivo Pessoal

Faço minha festa particular, e imodesta..

Amigos e nem-tão-amigos assim…

Prezados leitores,

Ora lhes direi que sou mesmo um privilegiado em termos de Palmeiras, o atual bicampeão brasileiro.

Dou-lhes as provas.

Acompanhei in-loco, pelo rádio ou pela TV todos os títulos que o Meu Verdão conquistou de 1959 até a fase esplendorosa que hoje vive.

O primeiro título?

Foi justamente o de 1959, o supercampeonato paulista, numa acirrada disputa ‘mehor de 3’ com o Santos de Pelé & Cia. 2 a 1 no jogo final. Gol de falta de Romeiro.

Vimos pela TV em preto e branco. O pai, os amigos palestrinos do pai e eu.

Naquela tarde que se perdeu no tempo, mas não na memória, eu me imaginava o Valdir Joaquim de Moraes, nosso goleiro. Toda vez que ele defendia um chute do ataque do santos – eu atirava a bola de borracha na parede e tentava lhe imitar os gestos.

Tinha 8 anos.

A escalação do Palmeiras nesse jogo: Valdir, Djalma Santos, Waldemar Carabina, Aldemar e Geraldo Scoto, Zequinha e Chinesinho, Julinho, Américo, Nardo e Romeiro.

Meses antes, outubro de 1958, fiz minha estreia como torcedor em jogos no estádio. Fui ao velho Parque Antárctica, levado pelo meu pai, para assistir Palmeiras 3 x XV de Piracicaba 1. Antes da partida acontecer houve a inauguração do busto de Waldemar Fiúme nas alamedas do clube. Fiúme aposentara-se da carreira de atleta após mais de 600 jogos. Só jogou no Palmeiras.

O camisa 10 do Palmeiras era Ênio Andrade.

Em setembro de 1964, O Palmeiras inaugurou o Palestra Itália após anos de reformas. Estava lá com um bando de moleques da turma da Muniz de Souza, onde morava. Lembro quase nada do jogo (Palmeiras 2 x Desportiva de Guaratinguetá 0). O maior impacto mesmo foi ver o campo alçado acima do nível do chão, como se fosse um Jardim Suspenso.

Outra recordação foi a epopeia para lá chegarmos. Saímos em caravana do Jardim da Aclimação, entramos e saímos de não sei quantos ônibus. Na volta, caminhamos do Palestra até o Centro da cidade para, de bonde, voltarmos ao Cambuci velho de guerra.

Tento me distrair a remoer memórias, enquanto aguardo algo apreensivo o começo de Palmeiras e Cruzeiro que vai carimbar o duodécimo título brasileiro do Palmeiras.

O palestrino da cepa é assim mesmo. Confia desconfiando. Mesmo aqueles que, como eu, acompanhou, cantou e vibrou com o privilégio de ver as quatro versões da Academia. 

(Essa é a quarta, e não a terceira. Não sejamos injustos, com os gloriosos anos 90)

Minha preferida, acreditem, ainda é a de 65, comandada por Dom Ernesto Filpo Nunes. A que consagrou o estilo pim-pam-pum. Era mágico ver aqueles craques em campo: Waldir, Djalma Santos, Djalma Dias, Waldemar Carabina e Ferrari, Dudu e Ademir, Julinho, Servílio, Tupãzinho e Rinaldo.

Foi esse timaço que envergou, todo ele, a amarelinha em 7 de setembro de 1965 e representou condignamente a seleção brasileira. Venceu o Uruguai por 3 x 0.

Não subestimo as versões dos anos 70, 90 e a atual.

A atual, a que tem o português Abel Ferreira como maestro, eu imagino que seja a mais vitoriosa…

Bem…

Os times estão em campo.

É agora!

(Na verdade, sempre foi…)

Avante palestra!

O duodecacampeão do Brasil.

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