Ponto de encontro

Foto: Arquivo Pessoal

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O Blog é a canção que escrevo todos os dias.

Sem que eu me desse conta, virou meu ponto de encontro com os amigos.

(Às vezes, eles não aparecem, não se manifestam – mas, sabem, estou sempre por aqui.)

Tem uma turminha que não vejo há anos e anos.

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Alguém me disse que, após a eclosão do universo digital, há formas e formas de se conviver.

Num congresso que participei, antes da pandemia, ouvi um bacana conceituar “a solidão coletiva” que nos absorveria em bolhas.

Será mesmo?

Não sei dizer.

Mas, não era assim quando iniciei o Blog em 25 de setembro de 2006.

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Motivo?

Apenas um. Basicão de tudo.

Precisava escrever.

Estava fora das redações.

Não tinha a coluna semanal que escrevi por 20 anos.

Não fazia mais frilas.

Por aí…

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A vida, na sala de aula.

Universidade, dedicação exclusiva, jornada integral.

Estava me sentindo estranho.

Fora do meu habitat natural.

Estranho, estranho.

O que, aliás, não é novidade.

Para mim e para quem me rodeia.

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Tinha o site, numa versão pré-histórica, para apoio às aulas.

Os estudantes reclamavam que “a coisa toda era estanque”.

“Tem que atualizar diariamente” – o amigo e professor de Mídias Digitais me aconselhou.

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Inventei o Blog.

Logo no segundo dia deu pane.

O que escrever?

Que idéia essa, a de me compromissar de todos os dias em escrever um texto novo?

Que chateação?

Abandonei o computador ligado e saí para andar, refrescar a cuca…

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Num dado momento lembrei algumas breves pensatas que escrevi por escrever.

Voltei e nem reli os meus guardados.

Postei.

E esperei os comentários.

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Não houve sinos a repicar, lembranças, escolhas.

Foi assim. O impulso que faltava, reconheço hoje.

E de quebra a essência de todos os posts seguintes.

Misturei minhas vivências a outros tantos assuntos diversos.

Personagens ganharam vida – e eu mesmo, por vezes, me sinto um deles.

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Não há uma fórmula.

Se me permitem a imodéstia, digo que brinco de juntar aqui, neste espaço, as influências que cultivo das crônicas dos antigos jornalões, com a linguagem picada da internet.

Não sei se vocês gostam.

Mas, tal exercício, para mim, é imprescindível.

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E pensar que tudo começou ao acaso.

Logo logo, o Blog completa 18 anos.

É o passo que faz o caminho.

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O MAIS LINDO DOS SAMBAS