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Segundas intenções

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Foto: Arquivo Pessoal

“Se sei, digo que sei.

Se não sei, digo que não sei.”

Era o bordão de uma das personagens, criadas por Chico Anysio, na deliciosa e inesquecível Escolinha do Professor Raimundo, a orginal.

Não lembro o nome do divertido ator que a interpretava, nem o nome da personagem.

Armando Volta ou Sambarilove, talvez.

O figura engabelava legal o professor com um presentinho, dos mais mixurucas, que o tal comprava a caminho das aulas, já com segundas intenções.

Era um simpático sem-noção. Bom de se ver.

Certa ocasião, ainda na Universidade, alguém – não sei se era exatamente meu amigo – me comparou à dita personagem.

Explico.

Talvez pelos meus longos anos de estrada nas mais diversas redações, eu era convidado pelos estudantes para participar, como avaliador, de dezenas de bancas dos trabalhos de conclusão de curso. Fosse qual fosse o assunto ou a plataforma. Temas os mais diversos.

A escolha dava a entender que eu sabia de quase tudo nessa doida vida que vivemos.

Isso, lembro agora com certo orgulho, incomodava ao falador e a outros. 

À época, não lhes dava a mínima.

Hoje, menos ainda. 

Aliás, nem sei qual motivo que me leva a rememorar a história.

Talvez por que me dei conta que a essência do nosso Blog, prestes a completar 4800 posts em 17 anos e quebradiços, esteja exatamente aí.

Se sei, digo que sei

Se não sei, conto um causo.

E lhes engabelo com uma linda canção.

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