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Falemos de Alain Delon…

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Foto: Alain Delon em O Samurai/Divulgação

Ana Lúcia pede que registre em nosso Blog o falecimento do ator Alain Delon.

Morreu neste domingo que passou (18) em Douchy, na França, aos 88 anos.

“Foi um ícone para a nossa geração” – enfatiza a leitora.

E acrescenta o que, para ela, é uma verdade insofismável:

“Era um homem lindíssimo. E extraordinário ator”.

Não tenho como desdizer o que Ana Lúcia disse.

À época e por longos anos, todo o rapazola que se achava o bacana do pedaço invariavelmente ouviu de alguém a questão definitiva:

“O cara está se achando o Alain Delon”.

Duvido quem na faixa dos Mais_60 não ouviu uma única vez essa frase.

Diria que as moçoilas de então derramavam-se diante do olhar de mormaço do ator sempre que, nos filmes, o bonitão, em alguma cena, encarava fixamente a câmera.

Ouvia-se no escurinho da sala do cinema um repicar de suspiros e ais.

Pobrerapaziada! Na medida do possível, minimamente, tentava copiá-lo.

Mas, em vão.

À parte as questões sentimentais e estéticas, reconheça-se que Delon protagonizou ampla filmografia, com títulos clássicos como Rocco e Seus Irmãos (Visconti/1960), O Leopardo (Visconti/1963), O Sol Por Testemunha (René Clement/1960), A Tulipa Negra (Cristhian-Jacques/1964), O Samurai (Melville/1967), A Piscina (Jacques Deray/1969), Os Sicilianos (Henri Verneull/1969), Borsalino ( Jacques Deray/1970), A Marca do Zorro (Dussio Tessari/1975), Sol Vermelho (Terence Young/1971), Scorpio (Michel Winner/1973), entre outros muitos – cerca de 90, pelo que leio em seu obituário.

Uma jornada e tanto, meus caros.

Seu último filme foi a comédia Toute Ressemblanc (2019), que não ganhou título em português. Desconfio que nem sequer estreou por aqui.

Leio no mesmo obituário que Alain Delon morreu em sua casa em Douchy, cercado por seus três filhos. O ator deixou explícito, em testamento, um último pedido: que o cachorro dele, Loubos, fosse sacrificado. Seria a condição para que os familiares tivessem acesso à fortuna deixada por ele. O artista não gostaria que o animal sentisse a falta dele. Inclusive, no mesmo testamento, também manifestou a vontade de ser enterrado junto ao cão.

Os familiares de Delon já decidiram que não vão sacrificar o cachorro.

OS MUTANTES E ALAIN DELON

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