Foto: Reprodução
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Aplaudo e registro a bela iniciativa da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip – edição 2024) em ter como patrono e, assim, reverenciar o brazuca_dândi João do Rio.
Um reconhecimento mais do que merecido àquele que, com suas crônicas e peculiar olhar para ‘a alma encantadora das ruas’ (por sinal, lindíssimo título de um de seus livros), fundeou diretrizes e o estilo coloquial para a crônica brasileira. Seja como gênero literário (único e especialíssimo), seja como texto jornalístico em que se permite o envolvimento, a emoção e – vá lá! – incerta picardia.
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Os escritos de João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto (1881-1921) foram publicados nos jornais da época, os primeiros anos do século 20, e tinham a cidade do Rio de Janeiro como cenário e inspiração.
Para ele, não havia fronteiras. Fosse onde fosse, dos salões aristocráticos das elites aos confins dos morros cariocas, ele transitou indelével por todos os segmentos da rígida sociedade de então.
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Tornou-se popular e, talvez por isso mesmo, imprevisível.
Ousado, lançou o próprio jornal “A Pátria” e não lhe faltaram polêmicas.
Numa delas, demolidor, definiu o presidente de então Epitácio Pessoa como “epitáfio de si mesmo e da ordem pública”.
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Prestes a completar 29 anos, com quatro volumes publicados, João do Rio foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e, posteriormente, tornou-se membro correspondente da Academia de Ciências de Lisboa.
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Em tempo (e a quem interessar possa):
No embalo da oportuna homenagem da Flip-2024, a editora Carambaia está lançando o volume “Gente Às Janelas”, uma coletânea de peças do autor.
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O que você acha?