Foto: debate na TV Globo/Reprodução
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Rabisquei algumas observações enquanto assistia ao debate entre os prefeituráveis de São Paulo na noite de ontem na TV Globo.
Digamos que o interesse jornalístico falou mais alto em mim.
Permitam-me compartilhar minhas observações com os amigos.
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1 – Achei o debate morno diante do que foram os enfrentamentos anteriores nas mais diversas mídias. Não aconteceram altercações significativas que bombasse um fato novo a impactar o eventual eleitor ainda indeciso.
2 – Os candidatos, me pareceu, tentaram se mostrar palatável ao distinto público. Insistiram na imagem de que têm, cada qual a seu modo, truques e traquejos para oferecer à principal cidade brasileira os almejados dias melhores.
3 – Diria que estavam mais empolgados do que convictos da própria argumentação.
4 – Fico imaginando quem é o eleitor que muda o voto a partir de tais considerações. Repito o que escrevi em post anterior: esse tipo de debate hoje não faz mais sentido em termos de esclarecimento da opinião pública. Sobram encenação e promessas inverossímeis.
5 – Difícil avaliar quem se deu melhor nesta última contenda mesmo com mais de duas horas de exposição no principal veículo de comunicação do país.
6 – Pós debate, ouvi de alguns analistas que a performance do prefeito Nunes, que busca a reeleição, foi “um tanto apagada”. Mais: “Boulos deve estar no segundo turno” e “o provocador Marçal está em curva de alta” nas recentes pesquisas de intenção de voto.
7 – Os outros dois participantes do debate, a deputada federal Tabata Amaral e o apresentador Datena, ficaram em plano secundário mesmo que fossem incisivos em seus pronunciamentos.
8 – Também disseram – os mesmos analistas políticos – que, para estranhamento geral, os supostos padrinhos políticos, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, raramente foram mencionados nas diversas falas. Boulos citou uma única vez o presidente Lula e foi mais enfático ao insistir que está com Marta Suplicy em sua chapa como vice-prefeita. Marçal, oportunamente, mandou um “olá” para o governador Tarcísio (“Vamos governar juntos, em 2025”). Para todos os efeitos, Tarcísio apoia a candidatura de Nunes.
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Resumo da Ópera:
Desde 1985 (quando voltamos a escolher o prefeito das capitais e das cidades consideradas ‘áreas de segurança nacional’ pela nefanda ditadura de 1964) até os primeiros anos deste século, estive em campo, como editor e repórter, na cobertura dos pleitos eleitorais.
Adquiri (in)certa experiência na coisa toda.
O eleitor de Sampa é imprevisível.
Gosta de surpreender na reta de chegada, na fila do voto.
Temos exemplos. Para o gosto e o desgosto do fregês.
Jânio (em 85), Erundina (em 88), Pitta (1996), Haddad (2012) e mesmo João Dória (2016) ao vencer folgadamente no primeiro turno.
Algum prognóstico?
Só com bola de cristal e curso de adivinhação.
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Enfim…
Aguardemos.
Esclareço, por fim, que voto em São Bernardo do Campo, onde moro.
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O que você acha?