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Nunes e Boulos no segundo turno

Foto: Dia da votação/Paulo Pinto/Agência Brasil

Alguma surpresa nas eleições de ontem?

No meu modesto e combalido entender, nenhuma de grande monta.

Fiquemos por São Paulo que é o que, em essência, nos interessa.

Nunes e Boulos eram mais do que previsíveis no segundo turno.

Houve, é bem verdade, o rompante à direita de Pablo Marçal com expressiva votação, a discreta performance de Tabata Amaral nas urnas e o fiasco de Datena como candidato do PSDB (algo em torno de 112 mil votos, o que é ínfimo para um candidato a prefeito).

Alguns pitacos que colho aqui e ali no noticiário:

– Tanto o presidente Lula como o ex-presidente Bolsonaro ficaram à margem do pleito paulistano. Imagino – mas, só imagino – que agora no segundo turno se mostrem mais atuantes na defesa dos respectivos candidatos.

– O governador Tarcísio de Freitas, diria, ganhou prestígio no apoio incondicional a Nunes.

– Leio que Pablo Marçal rachou a direita nos enfrentamentos que teve com Nunes, Malafaia e mesmo Bolsonaro. Não dou fé nessa conversa. Estarão todos juntos – e mais alguns aliados de última hora – na empreitada do segundo turno. Assim são os políticos, assim é a política.

– O Centrão levou a melhor na formação da nova bancada da Câmara Muncipal de São Paulo. A saber: Republicanos (2 vereadores), Novo (1), PL (7), União Brasil (7), PP (4), Podemos (6), MDB (7), PSD (3), PSB (2), PV (1), Rede (1), PT (8) e PSOL (6).

– Dos 55 vereadores eleitos, 20 são novos, um índice de renovação 36%, sendo o mais baixo do que o das últimas duas eleições (40%).

– Serão 20 vereadoras_ mulheres, um representativo aumento em relação a eleições anteriores.

– Os três vereadores mais votados são os que se elegeram pela primeira vez. A saber foram novatos: o bolsonarista Lucas Pavanato (PL), que é influenciador digital de 26 anos, Ana Carolina Oliveira (Podemos), mãe de Isabella Nardoni, morta em 2008 e Dr. Murillo Lima (PP), veterinário que tem como plataforma a defesa dos animais.

No mais – e sem mais – pode-se dizer que se fez a vontade popular num tranquilo e ensolarado domingo de primavera.

São Paulo, queiramos ou não, revelou-se, nas urnas, um nítido retrato do Brasil de hoje e, creio, para o escrutínio de 2026.

Aguardemos, por agora, o segundo turno.

Por enquanto, meus caros, um salve para a democracia e a música de Ivan Lins.

Só a arte nos salva…

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