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Amor. Ah, o amor…
Bem supremo, e raro em tempos liquefeitos.
Como assim? – ele distraído perguntou a si mesmo.
De fora. Sempre o deixaram fora das conversas.
E, para ser sincero, tanto fez como tanto faz.
Fingiu indiferença.
Ganharia mais ficando na sua, como era praxe.
Haja paciência!
Ignorar o senso comum das fofocaiadas. Nenhuma novidade.
João. Chamava-se João.
Karim, com K. Sobre ela, os marmanjos conversavam.
Linda. Cobiçada por todos – e ausente.
Maldiziam algo que ocorreu num passado distante.
Não se sentiu confortável.
Olhou a porta entreaberta.
Pressentiu que logo o incluíram na conversa.
Queriam um cúmplice. Um veredito.
Reafirmavam o deslize da moça como imperdoável.
Sabia ele que, na roda dos falastrões, não havia quem escapasse.
Todos a queriam, sem sucesso.
Urdiam, enciumados, o plano de difamá-la.
Vestais dos bons costumes. Da moral e da ética.
Western caboclo de péssima inspiração.
Xeque-mate. Não lhes daria esse prazer.
Zarpou dali como zarpam os barcos sem rumo.
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(Karim, a bela, o esperava.)
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Meu desafio hoje foi escrever, a partir de uma hipotética cena do cotidiano, um breve conto em 20 minutos para que a IA do programa canva.com, em segundos, desenvolvesse a ilustração. Acima, o resultado.
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O que você acha?