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Um palestrino das antigas

Foto: estádio Palestra Itália, o Jardim Suspenso/Arquivo Pessoal

Meus caros e prezados,

acrescento por conta e risco um ‘chorinho nostálgico’ ao que escrevi, dias atrás, no post/crônica 10 Anos de Allianz Parque.

Foi o amigo e tricolor Escova que fez a observação histórica:

“Conta aí, palestrino. Você é mesmo um sujeito das antigas”

Sim, Escova e amáveis leitores, orgulho-me de ter um certo pedigree como palmeirense.

Origem, procedência, castelo na Itália etc.

A propósito, leram o o post sobre o Castelo de São Martino?

Então…

Lá vai uma pitadinha histórica, como dizia o grande e saudoso palmeirense Roberto Avallone.

Não sei se perceberam, mas sou um dos raros privilegiados que conheceu in loco as três versões do estádio do Palmeiras.

Sentem que lá vem história.

Minha saga de torcedor começou, ao vivo e em cores, em outubro de 1958.

O pai me levou pela primeira vez a um estádio de futebol. Fomos ao Parque Antárctica, com alambrado e sociais para protção das chuvas e demais intempéries da natureza.

Antes do jogo (Palmeiras 3 x 1 XV de Piracicaba), houve a inauguração do busto de Waldemar Fiume, que havia encerrado a carreira um mês antes no empate de 1×1 frente ao São Paulo, do Escova.

Daquele time, tenho a memória do bom meia esquerda, o camisa 10, Ênio Andrade, e Chinesinho na ponta esquerda que cobrou o escanteio pertinho de onde eu estava.

Mazzola, o craque do time, não jogou.

Moleque ainda, estive na reinauguração do Parque Antártica que, após ampla reforma, passou a se chamar Palestra Itália, o Jardim Suspenso.

Foi em meados de 1964 (Palmeiras 2×0 Esportiva de Guaratinguetá).

Não me recordo do jogo em si.

Lembro, sim, a ruidosa italianada, formada pelos amigos do pai, numa improvisada caravana a caminho do estádio.

Foi um alvoroço de vozes e entusiasmo.

Uma horda de marmanjos à espera do bonde na rua Lavapés que nos levaria até o centro da cidade. Depois, uma tortuosa caminhada até a avenida São João.

Ali, o grupo rachou depois de uma breve parada no Ponto Chic para reabastecer as sedentas gargantas. Alguns foram de lotação (eu e o pai, inclusive), outros seguiram de ônibus e houve quem fosse a pé para até destino final.

No estádio, inexplicavelmente, não me perguntem como, todos se encontraram,

E, por fim, há 10 anos bati ponto na estreia do Allianz.

Naquela noite quem me levou foi o Filhão, envergando uma camisa de goleiro do Zetti. Talvez a peça mais rara da nossa modesta coleção.

Pois é, meus caros, já era um senhor de idade provecta.

Mesmo assim não contive a enorme emoção e lágrimas.

Somos assim, os palmeirenses das antigas. Apegados às lembranças e incrivelmente sentimentais.

Sempre que posso (e felizmente posso quase sempre) vou aos jogos do Palmeiras no Allianz.

É sempre algo extraordinário, seja qual for o resultado em campo.

Um amoroso encontro com minhas origens, minha história de vida, meus doces fantasmas, minhas lembranças…

Um amoroso encontro comigo mesmo – e um naco encantado de vida dentro da vida.

O amor é verde, meus caros.

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