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O filme de Salles e a música do Erasmo

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Foto: Divulgação

“O filme ‘Ainda Estou Aqui’, de Walter Salles, já é vitorioso. Poderá, ainda, ser coroado na premiação do Oscar. Mas ao ajudar a vencer o pensamento reacionário, por si só, já é o campeão.

Fernanda Torres, Selton Mello e todo o elenco compõem uma obra necessária, como muitos têm dito, mas também uma ode à democracia, por meio do registro sensível, emocionante e precioso da tragédia particular da família do deputado Rubens Paiva e da tragédia coletiva ensejada pela ditadura militar no Brasil.”

Felipe Saito, UOL – 25/11/2024

Ainda não fui ver a película de Walter Salles.

Amigos que já a assistiram me fazem relatos tocantes.

Seja pela mensagem contundente de defesa dos valores democráticos e cidadãos.

Seja pelo momento em que o cineasta nos lembra/relata a pungente história do deputado Rubens Paiva, torturado, morto e desaparecido pelos então ditadores de plantão.

Seja pela atuação magnânima de Selton Mello, nosso melhor ator da atualidade.

Seja pela interpretação, por todos elogiadas, de Fernanda Torres como Eunice Paiva e sua emocionante jornada de vida.

Seja porque – me dizem os amigos – é sempre hora e vez de se pôr em alerta e dar um basta a toda e qualquer manifestação de ódio e truculência em nome do que quer que seja.

Meus mais chegados – os que melhor me conhecem – preparam-me para que eu não seja pego de surpresa com a trilha sonora do filme. Especialmente para o momento em que se faz ouvir a voz de Erasmo Carlos numa de suas mais belas canções, a dolente “É preciso dar um jeito, meu amigo”.

Dizem-me que as pessoas da plateia se surpreendem. Raros conhecem a música, da fase talvez mais criativa de Erasmão, na virada para os anos 70, quando gravou o disco “Carlos Erasmo’.

O Tremendão andava inspiradíssimo.

O fim da Jovem Guarda o fez abrir os olhos para a vida que acontecia ao seu redor – e que nem sempre “era uma brasa, mora, bicho”.

Havia outras tantas coisas acontecendo no Brasil e no mundo.

E Erasmão resolveu cantá-las a seus modo e gosto.

Já lhes disse aqui, em post anterior, que sou um jovemguardiano, por natureza e geração.

Gostava dos Beatles, dos Rolling Stones, do Roberto e de toda aquela turma de cabeludos de diversos naipes que tranformava nossas pacatas e jovens vidinhas em lindas canções. Mas, sei lá por que cargas d’água, me identificava mesmo com Erasmo.

Eu o achava genericamente mais parecido comigo e minhas querências. Suburbano como eu, despachado, algo divertido, amigo do Jorge Ben (outro dos meus ídolos) – e demonstrava, a seu modo, estar sempre atento às coisas da vida.

O Tremendão se foi fora de hora. No triste 22 de novembro de 2022. Tinha 82 anos.

Vivia uma fase mais do que especial. Estava amando – e feliz. Estava sempre compondo, fazia apresentações Brasil afora, preparava o lançamento de um novo disco “O Futuro Pertence à Jovem Guarda”, pensava em lançar um livro de poemas e tinha a obra autoral reconhecida por público e artistas de várias gerações.

Enfim…

Vou me programar para ver o filme.

Sei que vou me emocionar em vários momentos, especialmente naqueles em que a voz e a música de Erasmo se farão ouvir.

Ainda nenhum comentário.

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