Foto: Wanderléa em foto de Manuela Scarpa/Rio News
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Dá para dizer que Wanderléa foi o principal nome feminino da Jovem Guarda?
Creio que sim.
Explico.
Wandeca fez parte da realeza máxima – ao lado de Roberto e Erasmo – desde o primeiro programa.
Mesmo depois, quando Roberto Carlos deixou a atração para dedicar-se à música romântica, ela e Erasmo Carlos ficaram no comando dos programas da Jovem Guarda que foram ao ar sem a presença do Rei.
A iniciativa não vingou, mas a distinção lhe foi feita.
No mais, Wandérlea emplacou sucessos inegáveis como “Ternura”, a insólita “Pare o Casamento”, “Prova de Fogo”, a romântica “Foi Assim”, entre outros, que lhe deram, digamos assim, a primazia entre as jovens cantoras de então.
Impossível contar a história do movimento – e não lhe fazer justiça.
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Quem também se destacou – e logo aos 17 anos – foi a mineira Martinha que, de quebra, era cantora e compositora. Duas de suas criações lideraram as paradas entre as mais tocaas e as mais vendidas: “Eu Daria Minha Vida” e “Eu Te Amo Mesmo Assim”. Dá pra afirmar: o “Queijinho de Minas” (apelido que Roberto lhe deu marcou presença no palco da TV Record.
Outros nomes que surgiram na Jovem Guarda merecem referência: Rosemary (que depois se bandeou para o programa do Ronnie Von), Waldirene (a garota papo-firme que o Roberto falou), Silvinha (a partner e futura esposa de Eduardo Araújo, notável cantora), a performática Vanuza (sucesso com “Pra Nunca Mais Chorar”), Nalva Aguiar ( que posteriormente migrou para o sertanejo) e as menos cotadas Giane, Meire Pavão, Cleide entre outras com menor participação.
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Já que estamos falando das garotas da Jovem Guarda, há que se abrir dois reparos que julgo importante.
O primeiro é para Lilian Knapp. A carioca formou a dupla Leno e Lilian, com hits de peso para a época como “Pobre Menina”, “Devolva-me”, “Coisinha Estúpida” e “Eu Não Sabia Que Você Existia”.
Outra participação feminina relevante foi a das irmãs Evinha e Regina que, ao lado do irmão Mário, deram voz ao Trio Esperança e também emplacaram sucessos como “Filme Triste”, “O Passo do Elefantinho” e a divertida “Festa do Bolinha”, inspirada nos quadrinhos da época.
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Uma curiosidade necessária à humilde retrospectiva.
Os dois principais nomes femininos da música jovem no Brasil passaram pela Jovem Guarda, mas não fizeram parte intrínseca do programa.
Vejamos.
Não se discute que Celly Campelo foi a primeira garota a se destacar como intérprete para a juventude. Isso na virada dos anos 50 para os 60. Seus megas sucessos “Estúpido Cúpido”, “Lacinhos Cor de Rosa” e “Banho de Lua” estão ainda hoje a animar a garotada (e mesmo os adultos) nas festas de aniversário e/ou casamento.
Digamos que foi uma das pioneiras do rock no Brasil num agito que podemos chamar de “pré-Jovem Guarda”.
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O outro nome – os amigos leitores já devem desconfiar – é o de Rita Lee, extraordinário sucesso a partir dos anos 70 quando se lançou em carreira solo.
Naqueles idos e havidos dos anos 60, integrou a banda “Os Mutantes”, com esporádica participação na Jovem Guarda antes de o grupo se mudar, de malas, cuias e guitarras, para O Pequeno Mundo de Ronnie Von, na mesma TV Record.
Rita está verdadeiramente entre os grandes nomes do nosso cancioneiro popular.
Por força do Destino, começou ali naquelas jovens e inesquecíveis tardes de domingo.
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O que você acha?