Foto: Estação Sacomã do Metrô/Arquivo Pessoal
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Vou dedicar o post de hoje às recordações das imprevisíveis manhãs de sábado em que nos reuníamos – aquele bando de jovens senhores mequetrefes e ruidosos – no Sujinho da esquina da rua Bom Pastor com a rua Greenfeld, onde o Sacomã torce o rabicó e o busão Fábrica-Pinheiros bufava e rangia para fazer a curva e seguir, nos trinques, o longo itinerário.
Vale como pranto de saudades aos amigos que se foram.
Vale como registro de um tempo, banhado em sonhos e utopias (de certa forma, ali, era nosso bunquer de resistência, empenhados que estávamos na almejada redemocratização do país).
Almejávamos, sim, a construção de um Brasil para todos os brasileiros.
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Éramos um tanto quixotescos (“brancaleônicos”, preferia dizer o Nasci), falastrões, divertidos e, vá lá, inconsequentes.
Chegávamos por volta das 10 horas da manhã no boteco, mas nunca sabíamos para onde as mazelas do dia nos levariam e a que horas a trupe, dispersa nesse mundão de Meu Deus, voltaria para a casa, com o embornal cheio de alegrias e histórias para contar.
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Certa feita, capitaneados pelo vice-prefeito de São Bernardo do Campo, Maurício de Castro, seguimos em caravana para os grotões da Serra do Mar, ali pelos cafundós de Ribeirão Pires e arredores, no encalço de uma feijoada maravilhosa que um casal de amigos do Maurício oferecia em seu sítio.
Sim, amigos, não era um restaurante propriamente dito.
Hora e tanto depois, chegamos, de surpresa, em um rancho modesto, rústico e com pouco espaço para abrigar todo aquele bando que se espalhou, com voraz apetite, pelos pequenos cômodos da casa.
Sim, a feijoada estava uma delícia.
Que aventura!
Lembro como chegamos. Mas, nenhuma ideia de como saímos de lá.
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Para efeito de localização geográfica, digo aos distintos leitores que o bunquer/bar Sujinho não mais existe. Deu lugar à portentosa e movimentada Estação Sacomã do Metrô. Assim como outro dos nossos points logo ali em frente, na Bom Pastor: o casario que abrigava o Escritório Político do vereador Almir Guimarães transformou-se numa ampla loja da Kalunga.
A propósito, lhes digo que entendam o incontrolável surto nostálgico que se abate sobre o blogueiro nesta manhã, digamos, radiosa.
Logo cedo, agradeci pelo zap ao amigo e sempre_vereador Almir Guimarães que, gentilmente, repassou em suas redes sociais a crônica que ontem aqui postei – Evair, o artilheiro do Verdão.
A partir deste contato, as lembranças me foram inevitáveis.
Almir ainda justificou a gentileza:
“Tenho muitos amigos palmeirenses, sem contar os filiados à Assosciação dos Ex-Vereadores do Estado de São Paulo.”
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Uma curiosidade.
Almir é o corintiano mais palmeirense que conheço – ou vice-versa.
É um mistério que, mesmo com tantas andanças, ainda não consegui desvendar.
E olhem, amigos leitores, nos conhecemos há 50 anos.
(Nem vereador ele era. Era um combativo diretor social da Sociedade Amigos do Bairro da pujante Vila das Mercês.)
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Nota do Blogueiro:
O alvoroço que vivíamos naquelas manhãs de sábado já foi tema de diversos posts do nosso Blog. Talvez o mais representativo deles seja o conto Manhãs de Sábado – Folhetim que inclui na coletânea de contos que lancei em 2022 – A Cor da Vida e outros contos ligeiramente românticos.
Clique no título em destaque vermelho para ler!
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O que você acha?