O sempre vereador Almir Guimarães me encaminha mensagem para um movimento que acontece no Ipiranga, liderado pelo designer Hugo França, para salvar a lendária Figueira das Lágrimas, árvore mais do que centenária que supostamente teria assistido a alguns dos nossos principais acontecimentos histórica.
Contam os historiadores que a frondosa árvore já existia quando a expedição de D. Pedro I ali passou pelo caminho que a margeava (e que depois, por sua inspiração, ganhou o nome de Estrada das Lágrimas) e, em 1822, um tantinho mais adiante proclamou a Independência do Brasil ao proferir o famoso Grito do Ipiranga.
Contam também que, sob a ampla sombra de seus galhos e folhas, os pracinhas da FEB se despediam das famílias para que as tropas se encaminhassem ao porto de Santos, rumo à Itália, a fim de lutar na Segunda Grande Guerra.
O nome (Árvore das Lágrimas), segundo consta, vem deste fato.
Nos tempos em que trabalhava no jornal Gazeta do Ipiranga e o Almir ocupava a vereança em São Paulo, fizemos alguns trabalhos em conjunto para a preservação do que chamávamos de “monumento à nossa História”.
Bom saber que esta luta continua e que, de alguma forma, há quem se preocupe e não deixe essa luta se perder no tempo e no espaço.
Aliás, todo o cenário que circunda a Árvore das Lágrimas poderia ser outro se, em fins dos anos 70, um projeto de área verde e conjunto poliesportivo, apresentado pelo vereador na Câmara Municipal e à Prefeitura, tivesse se transformado em realidade. A Favela de Heliópolis ainda não existia – e todas as lideranças do bairro do Ipiranga apoiavam à iniciativa. Outro amigo, o saudoso professor e esportista Francisco Teodoro Mendes, também se empenhou pra valer para que não se abandonasse toda aquela área “ao Deus dará”.
O que, infelizmente, acabou por não acontecer – e todos perdemos.