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A camisa do Faustão (4)

Antes de continuar, é preciso contextualizar a trama.

E aqui vai uma informação preciosa…

Quem de vocês se recorda de uma novela da Globo em que o Fábio Júnior fazia um personagem pegador, de fazer inveja ao José Mayer, e na trama atendia pelo simpático nome de Jorge Tadeu?

Lembram?

Não lembro sequer o nome da novela. Mas, lembro que as mulheres devidamente ‘abençoadas’ pelo fotógrafo Jorge Tadeu eram identificadas nas cenas seguintes por dois símbolos. Primeiro, sentiam uma inexplicável atração por uma planta que tinha uma haste, digamos, um tanto quanto ‘reveladora’. Parecia… Bem, deixemos de lado essas obscenidades. Quando não, uma certa borboleta azul ficava a flanar em piruetas ao redor da moçoila apaixonada.

Pois então…

O tal cientista-maluco, que citei anteriormente, era o amestrador da borboleta-atriz e de outros tantos bichos, que também foram convidados a participar do programa. Ele estava lá com toda a sua turma – entre os quais, uma meia dúzia de cães. Dois deles, eu lembro bem porque não tiravam os olhos de mim. Um que parecia uma ‘salsicha’ – acho que era o mais popular porque era contratado para os anúncios de uma fábrica de amortecedores – e outro bem maior e com rosnar característico de seres que têm poucos amigos e são impacientes.

Não sei se já lhes disse. Mas, se não disse vou dizer agora. Não tenho lá grandes afinidades com cachorros – aliás, com bicho nenhum. Para ser franco, sincero mesmo, morro de medo dos tais. Fico ainda mais desarvorado quando alguém percebe e diz singelamente:

— Que bobagem. Ele não faz nada. É tão bonzinho, manso que só…

Aí, sim, fica pior a emenda do que o soneto. Porque sempre me pergunto: como é que a txutxuca, dona do animalzinho, sabe o que se passa nos meandros daquelas cabecinhas peludas?

O santo maestro também chegou a reclamar daqueles animais todos por ali. Mas, a produção garantiu que seria rápida a entrevista com o senhor amestrador – aliás, registre-se, era só gentileza e atenção.

— Fiquem tranqüilos. Ninguém precisa ter medo. Eles não fazem nada. São bonzinhos, manso que só…

Uma pena que o olhar daqueles dois não me passavam a menor confiança.

O rosnar também…

— Acho que são as luzes. O calor. Eles podem estar estranhando, desculpou-se a mim — e só para mim –, um minuto depois o senhor dos animais.

Imaginem a minha expressão ao ouvir essas palavras.

Foi quando o bom maestro cismou de vir na minha direção para a entrevista. Eu estava absolutamente desconfortável com a vizinhança. Se não me engano, o Salsicha resolveu se aninhar embaixo da minha mesa. Vi o bicho entrar, mas não o vi sair. Cutuquei com a ponta do pé algo embaixo da mesa. Se fosse ele, latiria. As figurantes que estavam ao meu lado não moveram sequer um músculo. Pareciam seres congelados. Dali, não viria qualquer ajuda, entendi logo.

O pane foi inevitável.

(Amanhã tem mais. E prometo terminar com esta história.)

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