“Quando levo o Dudu para dormir na casa da minha mãe, quero mais que o meu homem venha pra casa e fique comigo até o dia amanhecer. Não é coisa de todo o dia, mas é quando eu quero.”
Explico fatos e personagens – e depois vamos aos comentários.
Homem e mulher, entre os trinta e muitos e os quarenta e poucos, conversam na mesa de um restaurante, digamos, quatro estrelas. Almoçam pela primeira vez a sós. Conheceram-se em reuniões formais de trabalho em que representavam as respectivas empresas – e, desde o primeiro instante, por esses mistérios da vida, sentiram-se próximos, interessados.
Olhares cúmplices, mais alongados, deram a pala.
O convite para o almoço – cheio de intenções – surge naturalmente, após um desses encontros profissionais.
Agora estão ali…
Sabem nada da história de um e de outro.
Daí a necessidade da prospecção.
Ela é uma mulher ainda jovem, bonita e bem-sucedida na profissão. Vem de um casamento desfeito, e – imagino – alguns relacionamentos que lhe machucaram. Acredita no amor (sempre foi romântica), mas tem um filho para criar. Não quer mais entrar e sair de roubadas. Não é bom…
Ele é o que antigos chamavam de “tico-tico no fubá”. É bem apessoado, sabe se fazer notar quando chega. É conversador, e envolto em mistérios. Casado, solteiro, enrolado? Parece ardiloso – e tira uma de bom-vivant.
O Dudu em questão é filho do primeiro casamento da moça. Deve beirar os 10 anos – e, como dá para entender, entra forte na história para definir as regras do jogo.
Em tempos idos, diria que o príncipe a enrolaria com promessas e algum devaneio. Cheio de historinhas, o rapaz.
Pela cena que vejo e ouço, é ela quem está no comando.
Se ele rezar na cartilha da moça, tudo bem.
Caso contrário, a tal fila vai andar…
O mundo mudou, meu caro.
Não sei se pra melhor, desconfio que sim; mas, mudou.