Caro leitor,
Sou mesmo um cronista de meia pataca.
Ou nem isso.
Queria escrever algo de valoroso sobre o dia de hoje, não ter escrúpulos de chamá-lo de dia histórico pelo simples fato de a Comissão da Verdade encerrar seus trabalhos e, como ápice, apresentar um alentado relatório final – entregue nesta manhã à presidente Dilma Rousseff -, mas nem sei por onde conversar…
Só me veem obviedades à mente.
Vou me ater a duas delas:
1 – Que a ditadura foi uma das páginas mais tristes da nossa história [e muito do que hoje vivemos, em termos de impunidade e compadrismo, ali se origina.
2 – Que todo cidadão brasileiro tem o direito inalienável de conhecer a verdade dos fatos que marcam este recente período da nossa Pátria [para que não se repitam e aflijam o futuro da Nação, bem sabemos, ainda a se consolidar.
Seria oportuno que lêssemos, com a atenção, as 29 considerações que a Comissão da Verdade recomenda para que desmascararmos o obscurantismo, os desmandos e o cerceamento dos direitos humanos, sob quaisquer pretextos.
Como, caríssimo leitor? Não entendi. Há quem saia às ruas de São Paulo a marchar pela volta dos militares ao Poder…
É verdade, não vivemos dias tão óbvios.
Precisamos continuar atentos aos intolerantes, aos maus perdedores e aos iconoclastas das instituições democráticas.
Por tantas e tamanhas, o Relatório da Comissão da Verdade é mesmo uma grande conquista da democracia brasileira.