Continuo a bater na tecla da anunciada crise do jornalismo impresso – tema de dois posts que antecedem a este.
Como das vezes anteriores, repito que não tenho “opinião fechada” sobre o tema.
Por isso mesmo continuo a prospectar o assunto neste nosso modesto espaço.
Outro motivo é a preocupação do amigo Carioca, também jornalista. Ao ler o texto de ontem, concordou genericamente comigo. Mas, ressaltou bem ao seu estilo:
— Ô meu querido… Você falou, falou… Mas, faltou um exemplo para que a coisa ficasse mais clara para os incautos leitores que não sejam jornalistas, como nós.
Concordo com o parecer do amigo. Por isso hoje lhes dou um exemplo, entre tantos, que agora me ocorre.
Ano passado, por volta de agosto ou setembro, não lembro bem, abri a Folha de S.Paulo na página 2 (dedicada à Opinião) e constatei que a então senadora Marta Suplicy assinava uma das colunas. Imaginei que ali leria seu posicionamento sobre a eleição municipal acirrada que ocorria em São Paulo. Até por que seria informativo saber o que ela estava pensando, uma vez que fora preterida pelo partido (leia-se Lula) do pleito, que era uma de suas metas pessoais.
No entanto, o assunto daquela semana era… dica de cinema: “Para Roma Com Amor”, o novo filme de Woody Allen.
— É pra cancelar assinatura, me diz Carioca.
Não cancelei. Mas, fiquei um tantinho tentado.
A apuração, o fato inusitado, a entrevista – a essência do jornalismo passam longe das pautas de hoje em dia.
Ou seja…
Viramos todos blogueiros empapelados – e os jornais um prosaico face-book, sem curtições e compartilhamentos.
Antes terminar registro, com gosto, a valiosa observação do amigo Carioca. As generalizações são invariavelmente injustas. Um dos melhores textos do jornalismo brasileiro hoje é o do doutor Dráuzio Varela que escreve quinzenalmente, aos sábados, na Folha de S. Paulo.
Assino e dou fé, amigo.
Por enquanto, é só. Mas, mais prafrentemente, retornaremos ao assunto…
