Pois é, meus caros…
Pois é…
Estou aqui, na maior boa vontade para acompanhar, jornalística e palpiteiramente, o momento eleitoral paulistano – inclusive com um brevíssimo, mas sincero relato de pleitos passados – e, vira e mexe, me aparece um fato novo, desses bom de comentar, e este volúvel escriba escapa do tema. Foi o que hoje me aconteceu ao ler – ainda e sempre – na home do UOL a declaração da cantora Madona a dedicar uma de suas novas canções aos "emocionalmente confusos".
Por favor, não me inclua entre os roqueiros, groupies e afins que babam de amor e devoção à bem ajambrada senhora. A bem da verdade, ela não faz parte das minhas preferências musicais. Acompanho suas peraltices midiáticas à distância. Às vezes, me divirto. Outras, nada me dizem…
E vida que segue.
Agora vou lhes dizer, de coração. Gostei do que disse a moça; achei bonito.
Por três bons motivos:
01. Não deve ter sido fácil para ela subir ao palco, um dia depois do anúncio do seu divórcio do cineasta Guy Ritchie. É sempre um ato de coragem assumir o fim de um relacionamento.De coragem e de grandeza, diga-se.
02. Madona me fez lembrar de um grande amigo, dos velhos tempos da redação assoalhada. Seu apelido era\’Sem Futuro\’ por razões óbvias. Vivia emaranhado em diversos amores simultaneamente. Sua vida era uma correria sem fim. Sempre a desculpar-se por estar atrasado ou por deixar de fazer isso ou aquilo porque estava com uma de suas paixões. Quando alguém lhe perguntava sobre seu estado cívil, \’Sem Futuro\’ era de emocionar:
— Sou sinceramente confuso, dizia e continuava a enrolar todas elas.
03. De uma forma ou de outra, deveríamos agradecer a deferência da cantora e nos solidarizarmos na dor. Pois na tal categoria dos "emocionalmente confusos", todos podemos nos incluir. Quem não foi ou é ou será…