A popularidade do prefeito Gilberto Kassab subiu consideravelmente após o êxito do projeto Cidade Limpa que coibiu os exageros dos painéis publicitários e outdoor da paisagem paulistana. Agora, entendo eu, ele tenta outra jogada de mestre e anunciou ontem projeto que prevê a derrubada do elevado Costa e Silva, o popularmente conhecido Minhocão.
Ano eleitoral, Kassab tinha lá suas pretensões de concorrer à Governança do Estado. Diria até que apostava numa resistência do grupo serrista à inevitável candidatura de Geraldo Alckmin. Viu, no entanto, seus planos irem por água abaixo com as inundações dos primeiros meses dos anos – e a letargia da Prefeitura em atender as necessidades mais prementes da população das áreas atingidas.
(Chegou a ser vaiado pela massa quando visitou bairros que ficaram ilhados pelas águas por mais de 40 dias.)
Para reverter esse quadro de baixa, e não ficar de fora da efervescência eleitoral que ora vivemos, nada como algo, digamos, bombástico como a ideia de implodir o Minhocão para revitalizar o antigo Centrão.
Nada mais politicamente correto do que essa iniciativa.
Aliás, hoje é essa discussão que está na mídia.
Só que, há que se reconhecer, só os mais incautos podem levar a sério a presepada do prefeito.
Imaginem o custo disso para o erário público?
Imaginem os transtornos para a cidade que já vive travada pelo excesso de veículos em todos os sentidos e direções?
Qual seria a alternativa viária que cobriria o desaparecimento do mostrengo?
Um túnel subterrâneo, por exemplo, oneraria em quanto a Municipalidade?
Claro, evidente, óbvio… A cidade tem outros problemas emergenciais; prioritários, portanto. Mas, estão na periferia, como o Jardim Pantanal e similares, cuja a eventual solução não repercute nos grupos de formadores de opinião e na imprensa.
Por isso, é bom esquecê-los até que venha a outra temporada de chuvas.
Que, por sinal, só chega depois das eleições.
EM TEMPO:
Acho o Minhocão uma aberração urbanística.
** FOTO NO BLOG: Caio Kenji