Os jornais Folha de S.Paulo e El País entrevistaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi o primeiro pronunciamento de Lula desde a prisão em abril do ano passado.
Confira os textos:
Assista aos trechos da entrevista:
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Uma breve divagação sobre o que li, vi e ouvi.
Longe de mim querer doutrinar alguém.
Cada qual com suas convicções, mas há o que se refletir hoje.
É vital!
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Meus prezados cinco ou seis leitores sabem bem de que lado estou.
Sou um homem comum, nascido e vivido no bairro operário do Cambuci, que peregrina pela vida a juntar uma letrinha atrás da outra, atrás da outra… e assim foi e é.
Por isso, a preocupação com a verdade factual.
Me fiz jornalista graças ao pai – trabalhador de chão de ‘fábrica de pano’, como se dizia então – que apostou num talento que não tenho.
Deu-me a possibilidade de estudar e enfrentar o mundo com o olhar mais alongado do conhecimento que, se não é tanto e tamanho, deu pro gasto até aqui.
Não sou alegre, nem sou triste (bênção Cecília Meireles), sou repórter.
40 e muitos anos na batalha e até livros ousei publicar.
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Perdoem-me se, até aqui, vou na toada pessoal (não sou nenhum Galvão Bueno), mas sinto que vivemos uma situação limítrofe. Determinante. Única. Que me obriga ao registro, em nosso humilde Blog, que hoje é minha profissão de fé.
Não há o sonho das Diretas, o encantamento dos caras-pintadas. Não há utopias.
A sensação é de que estamos à deriva. E sem rumo.
Falo do tal Brasil de todos os brasileiros que tanto aqui se apregoa.
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Momentos os há em que penso que não mais existe o Jornalismo como aprendi e sempre entendi.
Neste mundão de meu Deus, mergulhado num oceano de informações (e desinformações cinicamente plantadas), a reportagem perdeu espaço para a opinião, o comentário, a futilidade, o marketing e, mais grave, a fake news nossa de cada dia.
Por isso louvo a iniciativa dos jornalistas Mônica Bergamo, Florestan Fernandes Júnior e de todos que estiveram envolvidos neste relevante trabalho que resgata a legitimidade da Imprensa como a voz dos oprimidos.
Sei que até o último instante houve quem, entre os Donos do Poder, fizesse um injustificável esforço para boicotar a entrevista.
Pela repercussão que inevitavelmente terá. Até a posteridade.
Valeu a fibra.
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O Jornalista (faço questão de grafar em maiúscula) não anda com o crachá pendurado na alma, nem serve a outro interesse que não seja o bem comum.
(Cá estou eu falar como o professor que, há meses, deixei de ser…)
Em sua essência, é ele o mediador das demandas da sociedade.
O historiador do cotidiano.
E esta reportagem entra para a História do Jornalismo brasileiro e para a história da História que, lá na frente, vai trazer à tona a verdade dos fatos.
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Ilustração: capa do livro O Mais Estranho dos Países, de Paulo Mendes Campos
clarice falasca
27, abril, 2019Amigo, não é sensação, é constatação. Estamos mesmo sem rumo. E são só cem dias…”sem” dias