Da série Futebol e Imprensa (4)…
Não sei se foi o Luiz Fernando Veríssimo ou Carlos Heitor Cony.
Como leio as crônicas de ambos com o mesmo prazer e admiração, agora me vem a dúvida.
Sei que um deles criou, em seus textos, uma personagem que é sempre do contra.
É comum reconhecermos esse tipo em nosso dia.
Sempre que todos elogiam um filme, uma música, um evento, lá vem o tal dizendo que filme, música e evento não são nada disso. E passa a listar uma dúzia do que considera defeitos e problemas dos mesmos.
Lamento informá-los.
Mas, desconfio que ando numa fase assim.
E meu foco é localizado com a tal crônica esportiva, mas se estende a outras áreas da vida pública e privada também.
Todos enaltecem o tal futebol-moleque do Santos – e falam em supertime.
Reconheço a boa série de partidas invictas (doze, se não me engano), mas devagar com o andor. Ainda o onze de Dorival Júnior ainda está longe desse estágio.
Aliás, ontem nos comentários do clássico de domingo, preocuparam-se mais em enaltecer o Santos do que falar do Palmeiras que, aliás, pelo que entendi, só não foi dizimado no primeiro tempo “por pura sorte”.
Me ocorreu uma pergunta básica. Aliás, duas:
Não foi o lateral do Santos que errou o cruzamento e acabou marcando um golaço por cobertura no Marcão?
E o que foi o gol do Neymar? Ele chutou com a direita, a bola bateu no pé esquerdo do próprio atacante e encobriu o goleiro palmeirense…
Será que eles assistiram a outro jogo ou eu que ando ranzinza mesmo?
Mais tarde, no Bem, Amigos, da Sport TV veio o Arnaldo César Coelho explicar como expulsou corretamente o goleiro Leão na final do Brasileiro de 78.
Aí, fiquei mais fulo ainda. Havia ali, ao menos, dois ou três jornalistas, fora o ex-boleiro Caio Ribeiro e o craque Careca, envolvido no tal episódio.
Ninguém o contradisse…
Mas, essa história eu conto amanhã.
* FOTO: Jô Rabelo