Peço licença aos meus amáveis e fiéis cinco ou seis leitores para adiar nossa conversa sobre futebol.
Outro valor mais alto se alevanta, como ensinou o Poeta.
Outra dor maior nos cobra o registro e o lamento.
Proponho aos que aqui me leem uma reflexão sobre os fatos recentes (a nova condenação de Lula, as vaias a Ciro Gomes, a fala do ministro da Justiça) e a foto ‘visionária’ da amiga Jô Rabelo. Uma cena que hoje se revela tristemente emblemática em relação aos dias que vivemos.
Não sei lhes dizer quando e onde a notável repórter-fotográfica, colaboradora voluntária deste espaço, fez o inspirado click.
Faz alguns anos que me enviou para que constasse dos meus arquivos.
Achei sensível, de rara percepção.
O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa à frente de um painel gigante de Nélson Mandela, prêmio Nobel da Paz de 1993.
Só não poderia imaginar – vivíamos numa democracia, não? – que a usaria em tais circunstâncias.
A cada dia, vejo mais e mais pontos comuns na trajetória desses dois líderes de renome mundial.
Todos sabem: o grande Mandela foi o principal líder do movimento contra o regime do apartheid na África do Sul. Preso em 1962 e permaneceu 27 anos na prisão em consequência da luta política em prol da sua gente.
Tinha, então, 44 anos.
Lula tem 73.
…
Como farsa ou como tragédia, ouso dizer: é a História que se repete.
História que, um dia, vai restaurar a verdade deste período num vilipendiado e triste país chamado Brasil.
O que você acha?