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A leve impressão…

“A leve impressão de que já vou tarde. “

As canções. Sempre as canções, os versos das canções a lhe dizer as verdades mais doridas, mais duras de engolir. Agora essa… Tanto tempo depois. As palavras do poeta Chico Buarque a lhe reacender essas lembranças. Como não lembrar daquela despedida. Houve despedida? Ainda hoje não sabe dizer. Para ser sincero o adeus (houve adeus?), não lhe pegou de surpresa. Era bola cantada. Já andavam pelas tabelas. Ele que insistia. Não queria perdê-la. Como viver sem o sorriso, o jeito descontrolado de tocar a vida, o descompromisso com o amanhã? Como abrir mão, assim espontaneamente, dos encantos, dos prazeres. Eram tão felizes. Tão felizes quando estavam juntos, e esqueciam o mundo lá fora. Quando estavam distantes, porém, a sentia buscando outros rumos. A cada dia, andavam mais distintos. Mundos estranhos. Quase antagônicos. Lua e sol. Sol e lua. Orbitavam em torno de si mesmos. Os encontros rareavam. No fundo, no fundo, tinham consciência que, mesmo por misteriosas razões, tinham consciência de que se perdiam. Até que veio aquela manhã, o telefonema, o desentendimento, as palavras ásperas. Marcaram um encontro para esclarecer o sim e o não. Encontro que nunca aconteceu. E a leve impressão de que já era tarde…

Impressão que hoje se revelou assim, do nada. Ao ouvir uma linda canção do passado…

*** Post de número 2998

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