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A placa do gol

Não foi Joelmir Betting quem criou a expressão “gol de placa”.

Em depoimento recuperado nos arquivos da Rádio Bandeirantes – e levado novamente ao ar no dia seguinte à morte grande jornalista, ouço a história toda contada pela voz do próprio Joelmir.

Como repórter de campo, ele foi destacado para cobrir a partida Santos e Fluminense em 5 de março de 1961, em pleno Maracanã.

Vitória santista por 3 a 1.

Foi neste dia que Pelé fez o famoso gol que não consta de nenhum arquivo – e precisou ser recriado por animação no filme “Pelé Eterno”.

O Rei recebeu a bola na intermediária, driblou quase todos os jogadores do Flu, antes de jogar a bola para o fundo da rede.

O repórter Joelmir Betting notou que aquele era um momento para ser eternizado.

E que, com o passar dos anos, seria esquecido, pois os registros históricos eram precários naqueles idos tempos.

Teve, então, a feliz ideia de homenagear o Rei com uma placa de bronze que seria colocada nas dependências do Maracanã às vistas de todas as gentes.

Voltou para São Paulo e fez a sugestão ao editor do jornal onde trabalhava.

Ele aprovou a iniciativa e pediu ao próprio Joelmir que providenciasse a placa.

Lá foi o repórter ao centro de São Paulo, e em uma loja de troféus mandou confeccionar a láurea.

Quando o jornal anunciou que iria prestar a homenagem a Pelé, os jornalistas de todos os meios de comunicação começaram a chamar aquele como “o gol da placa”.

Foi a partir daí que a mídia esportiva e os torcedores passaram denominar todo belo gol como um gol de placa.

Meticuloso e irônico que só, Joelmir fez questão de esclarecer no depoimento supra citado:

— Não sou o inventor do “gol de placa”. Apenas inventei a placa que homenageou o gol de Pelé que deu origem à expressão gol de placa.