Tento ser direto – e reto.
A Globo não vê com bons olhos o fim de linha que a dupla Marin/Del Nero deu para Mano Menezes no comando da seleção brasileira.
Todos sabem que a Globo manda no futebol brasileiro, desde a implosão do Clube dos 13 ou até antes.
Faz e desfaz. Aponta e desaponta.
Tudo o que a Poderosa não quer é que se repitam, por aqui em 2014, os episódios protagonizados por Dunga e repórteres da Globo durante a Copa da África do sul.
Afinal, queiram ou não, ela é quem paga a conta.
Andrés Sanchez (que hoje falou aos repórteres em tom de despedida) e Mano Menezes estavam afinados com os executivos globais.
As entrevistas de Mano, aliás, primavam pelo tom elegante e sóbrio das respostas do técnico.
Tanto Globo quanto Andrés acreditavam que até a Copa das Confederações a seleção estaria no bom caminho.
Não cogitavam o afastamento do técnico.
Menos ainda que Felipão ou Muricy Ramalho pudessem aparecer como nomes mais do que prováveis para a almejada sucessão.
Ambos são incontroláveis.
Basta lembrar 2002 quando Felipão cortou Romário sem atender aos pedidos da Globo e da chamada opinião pública.
Ontem, no programa Mesa Redonda/Futebol Debate, da TV Gazeta, Andrés Sanchez se mostrou surpreso diante da informação, bancada pelo repórter Vanderlei Nogueira de que José Maria Marin e Felipão encontroram-se em São Paulo dias antes da demissão de Mano Menezes.
Por duas ou três vezes, Andrés virou-se para o repórter, e indagou:
— Mas, é fato isso? Ou é suposição.
Vanderlei reforçou a versão de que era fato consumado.
Não sei por que a cara de espanto de Andrés não me convenceu.
Não é lá um grande ator, eu diria.
Impossível imaginar que bem informado do jeito que é sobre os bastidores do mundo da bola, não soubesse nada da tal articulação.
Não entendi o jogo de cena.
Andrés protela seu pedido de demissão. Deve ter uma carta na manga para continuar.
Quem sabe não seja um ás de ouro chamado Tite…
Seria a sopa no mel. A Globo adora o titês das coletivas do técnico corintiano.