Em 1992, São Paulo teve uma recaída e elegeu Paulo Maluf como prefeito.
Há quem aponte como causa os inequívocos altos e baixos da gestão Erundina que começou oscilante – até por desconhecimento da máquina administrativa – mas depois se recuperou.
E há ainda quem considere, desde sempre, insondáveis os desígnios do eleitorado paulistano sempre pronto a aprontar das suas. Nos idos de 60, antes da Redentora, um rinoceronte que acabara de aportar no zôo, apelidado de Cacareco, foi o mais votado nas urnas paulistanas. As cédulas de papel permitiam esses destemperos…
Naquele pleito de 92, no entanto, outra tradição se fez valer. A de votar na Oposição.
Em 85, o prefeito era Mário Covas, do então PMDB. Elegeu-se Jânio Quadros, do PTB. Três anos depois (Jânio teve um mandato mais curto para coincidir o calendário eleitoral), Erundina desconsertou a todos com sua eleição, pelo emergente Partido dos Trabalhadores (PT). Agora, em 92, a volta dos que não foram. Veio o troco e deu Maluf com mais de 2 milhões de votos.
Desnecessário dizer, mas digo: Maluf governou no velho estilo.Entre a denúncia de um escândalo e outro, a inauguração de obras faraônicas – túneis, viadutos, cingapuras.
O paulistano, naquele primeiro momento, gostou.
Os índices de popularidade de Maluf subiram aos píncaros da glória.
Como conseqüência, o sonho presidencial voltou a inebriar os corações e as mentes das lides malufistas. Antes, porém, o homem precisaria fazer o seu sucessor na Municipalidade paulistana.
Adivinhem de quem vamos falar no próximo capítulo?
[*Só para constar: nesta eleição, Maluf não foi além dos 370 mil votos. Sinais dos tempos…]