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A seleção e o joanete

Ouço que há uma tendência, de alguns anos para cá, de que o torcedor é mais apaixonado pelo clube do coração do que pela a Pátria em chuteiras.

Que o povão anda distante da seleção.

Pode ser.

Pelo que ontem reparei inverteria um tantinho a frase.

É a seleção que abandona o povão…

Assisti ao jogo de ontem em meio à festa de aniversário de uma querida sobrinha, a Carol.

Quando deu a hora do jogo, a maioria esqueceu o apetite e os arredores da churrasqueira para rumar ao salão onde estava a TV que mostraria as emoções de Brasil e Paraguai.

Durou poucos minutos o entusiasmo da turma.

O joguinho rame-rame foi deixando as cadeiras vazias.

Sobraram os comentários aleatórios sobre o individualismo do Neymar, a hesitação de Mano Menezes no comando da equipe, os elogios exagerados de Galvão Bueno e Casagrande a qualquer jogada feita pelo Ganso, a sonolência da defesa e que “essa garotada humildemente ainda precisa comer muito feijão” para igualar outros grandes momentos do onze canarinho.

Houve até um gaiato que chegou a ensaiar um corinho:

“Dunga, Dunga, Dunga”.

Mas aí já achei um exagero.

Gostei mesmo da observação cirúrgica do Dr. José Roberto ao fim da partida:

“Se o Fred não tem joanete, ele não marca o gol de empate”.

Na euforia da comemoração do gol, não entendi. Pensei que fosse mais uma piada. Mas, depois vendo o tape várias vezes, constatei que o doutor tinha mesmo razão.

Fred errou o chute, mas o joanete salvou a Pátria.

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