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Abecedário machadiano (2)

Memórias Póstumas de Brás Cubas

“Obra de finado. Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia.”

Namorados

“Os namorados é que são perpétuos.”

Ódio

“Não há nada mais tenaz que um bom ódio.”

Paixão

“Não há como a paixão do amor para fazer original o que é comum, e o novo o que morre de velho.”

Qualidade

“Tinha uma qualidade a mais, a nota aventurosa do caráter.”

Riqueza

“A riqueza compra até o tempo, que é o mais precioso e fugitivo bem que nos coube.”

Saudade

“Que é a saudade senão uma ironia do tempo e da fortuna.”

Tempo

“Matamos o tempo, o tempo nos enterra.”

Utopia

“No país em que o jornal, a tribuna e o teatro tiverem um desenvolvimento conveniente – as caligens cairão aos olhos das massas; morrerá o privilégio, obra da noite e da sombra; e as castas superiores da sociedade ou rasgarão seus pergaminhos ou cairão abraçadas com eles, como em sudários.”

Vitória

Vencera o perigo, cumpria vencer a morte.
– Ao vencedor, as batatas!

Xadrez

“Das qualidades necessárias ao xadrez, Iaiá possuía as duas necessárias: olho de guia e paciência beneditina; qualidades preciosas também na vida, que é um xadrez, com seus problemas e partidas, umas ganhas, outras perdidas, outras nulas.”

Zelo

“Onde quer que o zelo penetrou numa alma subalterna, fez-se cruel ou ridículo.”

Fonte:
“Machado de Assis – Memórias de Um Frasista;
Angela Canuto. Lemos Editorial, 2002. São Paulo

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