Foto: Arquivo Pessoal
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Um dia marcaram uma conversa séria. Definitiva: sim ou não?
Olho no olho, como ensina a tradição dos velhos e bons romances.
Esses mesmos que trazem em si o alvoroço de ser para sempre.
Combinaram que o primeiro passo seria desligar o celular.
Nada contra as novas tecnologias. São um inequívoco avanço da humanidade, mas criam pessoas dependentes, algo esquizofrênicas, que se atrapalham ao ter que lidar com as nuances da vida real.
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Ops.
Volto a falar do meu e-book Notícias de um romance inacabado…
Recebo a orientação de divulgá-lo nas tais redes sociais que não possuo. Restam-me, pois, a generosidade dos amigos e, com a devida vênia do caríssimo leitor, este humilde Blog como espaço para fazer a resenha e, assim, oferecê-lo à leitura do distinto público.
Vamos lá, pois, que tirei a semana para isso mesmo.
A partir de segunda, de volta ao novo/velho normal.
Prometo!
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A resenha:
Quando viu o triste desfecho do amoroso enrosco com a morena Dagmar descrito tintim por tintim e impresso numa crônica de jornal para todo mundo ler, o pacato bancário Plácido Dino Paixão de Toledo ficou estarrecido – e, de pronto, resolveu tirar satisfação com o autor daquelas delirantes e maltraçadas linhas.
Era um jornalista que Dino conhecia, assim, de bom dia e boa tarde, sem qualquer intimidade.
Onde já se viu?
Duas questões atazanavam os miolos do moço:
(Miolos, registre-se, já devidamente estorricados pelo sumiço da moça.)
1 – Como o tal soube da história?
2 – De onde esse mesmo tal conhecia Dagmar? Será que…
Na velha redação, o experiente repórter não se intimidou ao recebê-lo. Tratou do assunto com naturalidade, sem mais delongas:
– Pura coincidência, justificou-se. – Essas coisas acontecem…
Na edição seguinte do jornal, porém, o cronista, incorrigível e de olho numa boa história, retomou o tema em nova crônica. Fez mais: relatou a suposta coincidência e a reação do Dino que o jornalista insistia não era o Dino original do texto, mas que também – e infelizmente para ele – havia sido defenestrado, sem razão nem o porquê, da vida de uma moçoila também chamada Dagmar.
Seria a mesma?
Era a coincidência das coincidências.
– Essas coisas acontecem, reiterou.
Nem por isso (o talvez por isso), os leitores daquela combativa gazeta se deram por satisfeitos. Mostraram-se ainda mais curiosos com o caso e, a partir de então, em função do grande interesse do público (que é bem diferente do interesse público) teve início uma série de reportagens que mudou a vida dos nossos três personagens: o dito Dino ou Plácido Paixão, o jornalista Pedro P. Avezzani e a instável Dagmar, razão de todos os ais e uis do rapaz que, registre-se, já não era tão rapaz assim.
Uma história e tanto?
Vale tirar a prova.
Em essência, creio, um daqueles amores mal explicados, que nunca terminam, como tantos e tamanhos que existem por aí.
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Chamo a atenção para o detalhe:
Entre o distinto público ledor, houve quem torcesse por um final feliz – mas, um bom número de leitoras achava Dino meio boboca e que fazia por merecer o vaivém que a morena lhe dava dia sim e outro também.
Só que o sem-noção não estava nem aí. Deixou-se arrastar pela paixão e, nessa, aflorou o músico que um dia ele sempre sonhou ser. Comprou uma guitarra de bojo verde-água, aprendeu alguns acordes e caiu no mundo a fazer apresentações quando e onde alguém o convidasse.
“Caiu no mundo” até a página 2. Como disse, era um rapaz pacato – e sensato. Tirou férias do banco e enveredou por uma turnê maluca em Guarapari, litoral do Espírito Santo.
Na verdade, o repertório do moço constava de uma só canção. Bem adequada aos locais onde se apresentou entre os quiosques e as barracas da praia.
Aquela que dizia assim:
Quando Deus te desenhou
Ele tava namorando
Na beira do mar
Na beira do mar do amor
O show demorava um tantinho.
Para compensar a falta de repertório mais amplo, ele ficava horas a entoar o refrão e a pensar na bela e intangível Dagmar.
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Divirta-se entre os atropelos da paixão e o humor neste Notícia de um romance inacabado…, como tantos que acontecem por aí.
Só que este (sem quaisquer riscos ou aflições) está à disposição para venda na Amazon.
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O que você acha?