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Ainda sobre o papo de ontem…

Continuando – e para finalizar o papo de ontem, conto-lhes um caso.

Blog não é jornal – está dito, mas nem sempre o jornalista, por melhor que seja, consegue vez ou outra escapar do domínio das impressões pessoais.

Saibam, pois, meus cinco ou seis amáveis leitores, que sempre fui um incondicional admirador dos textos do jornalista Alberto Helena Júnior, desde o tempo em que ele assinava a coluna Bola de Papel, na melhor fase do caderno de esportes do Jornal da Tarde.

Mesmo depois, continuei a acompanha-los; primeiro, quando migraram para a Folha de S. Paulo e, em seguida, no Diário Popular que, em anos recentes, trocou de nome e passou a se chamar Diário de S. Paulo.

Lembro que certa vez li, embasbacado, a descrição mágica, lance a lance, que Helena, sãopaulino de coração, fez de um gol feito pelo então atacante tricolor, França. O homem falou até de como o craque usou as travas da chuteira para amansar a bola, antes de toca-la para o fundo da rede.

Maravilha!

Semanas depois, o meu Palmeiras sapecou quatro no São Paulo do colunista.

Alex, aquele meia injustiçado, que nunca mais vestiu a camisa da seleção, fez um gol de placa – é sempre lembrado, sempre que se fala em Palmeiras e São Paulo. Chapelou a zaga tricolor, inclusive Rogério Ceni e só não entrou com bola e tudo porque teve humildade.

Que beleza!

Dia seguinte, corri à banca, atropelei as páginas do Dipo e fui direto ler a coluna de Helena. Imaginei o que seria a junção do talento de Alex na narrativa do talentoso jornalista.

Ledo engano.

Se bem me lembro tudo o que Helena conseguiu dizer foi que o Palmeiras vencera o São Paulo merecidamente e Alex tinha feito “um belo gol”.

Fiquei um tanto decepcionado, como leitor e palmeirense.

Mas entendi perfeitamente: a paixão tricolor deu tom à coluna

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