Estou surpreso com a repercussão do post de ontem (sobre a espinafrada que a candidata Luciana Genro (PSOL) deu no tucano Aécio Neves, no debate da CNBB).
Comentei aqui o fato (que, óbvio, pode ser visto na íntegra no youtube) porque achei o grande momento daquela modorrenta discussão toda em que os candidatos repetiam mecanicamente as fórmulas e as frases, os números e os índices, as caras e os trejeitos que os marqueteiros lhes impingiram.
Todos dentro da ‘caixinha’ do previsível, do formatado.
Até que a moça resolveu, por conta e risco, não responder a uma questão sobre educação e soltar o verbo.
Sobrou para o Aécio, mas ela bateu fortemente nas três candidaturas que ponteiam as pesquisas. Todas frutos “do mesmo sistema parasitário” que joga o Brasil para o fundo do poço.
Foi mesmo um bem articulado desabafo que não deixou pedra sobre pedra.
Pareceu-me – impressão minha, hein! – que a legítima explosão da candidata estava entalada há algum tempo. Até porque, com a cumplicidade no noticiário diário e massivo, alguns fatos importantes estão sendo varrido para debaixo do tapete na defesa desta ou daquela candidatura.
II.
Aliás, acho oportuno registrar – e esses anos todos na lida, talvez me credenciem a esta observação – que, mais uma vez, a chamada Grande Imprensa está perdendo a chance de fazer uma grande cobertura do instigante momento político eleitoral que ora vivemos.
Não pensam em esclarecer a opinião pública. Querem, sim, fazer a cabeça do (e)leitorado. Influir na projeção dos fatos e no resultado das urnas.
É vital que se preserve a equidistância jornalística e o respeito absoluto à verdade factual.
Não se está invocando aqui a tal imparcialidade – que, sabemos bem, não existe e nunca existiu, nem aqui, nem em qualquer lugar do mundo. O que não dá é se esconder algumas informações para beneficiar este e prejudicar aquele – e versa e vice.
Temos exemplos anteriores – e lamentáveis – de como os chamados grandes conglomerados de comunicação tentam impor a verdade única e acabam comprometendo não só a sua reputação e credibilidade, mas causando prejuízos danosos ao País.
III.
Tentem ler em algum jornal de ontem sobre o embate Luciana x Aécio.
Encontrarão apenas linhas superficiais que não dão a dimensão que o enfrentamento merecia.
Essa omissão, diga-se, podia até funcionar em tempos idos. Hoje, com as redes sociais, os jornalões e os telejornalões só se distanciam do grande público.
Um pouco muito disso aconteceu durante as manifestações de junho passado. Ainda hoje os senhores das notícias tentam explicar o tíbio comportamento que tiveram na cobertura conservadora dos fatos.
Ficaram reféns das redes…