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Antônio, o santo

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Foto: Arquivo Pessoal

Santo Antônio de Pádua ou…

Santo Antônio de Lisboa?

Tanto faz.

Trata-se do mesmo glorioso santo que celebramos culto neste 13 de junho.

Há muitas histórias e estórias sobre ele.

(Bethânia nos conta uma lindíssima no fim do texto.)

De certo mesmo – e que meus comedidos conhecimentos sobre o tema podem lhes garantir – é que Antônio nasceu em 1195 em Lisboa, Portugal, local onde hoje estão a simpática igrejinha e o museu em seu louvor (foto).

Morreu em Pádua, Itália, aos 36 anos.

Fez uma breve e luminosa passagem entre nós – e ainda em vida era conhecido como O Santo.

Pertencia à ordem dos Franciscanos.

Digamos que seja o santo mais popular no Brasil e de outros tantos rincões mundo afora.

Consta de sua minibiografia – que encontrei no verso de um santinho na minha meninice e a decorei para a aula e Oratória – que era moço culto, letrado em Teologia, asceta e notável orador.

Tinha um poder de convencimento muito grande quando ocupava o púlpito. Ou mesmo nas suas beneméritas ações cotidianas.

Desde então já lhe atribuíam feitos e milagres.

É o Santo dos Pobres e Sofredores, das Causas e Coisas Perdidas, o Santo do Encontro, a quem se deve pedir pia intercessão sempre que se busque algo.

Vale para as coisas mais simples como um objeto que se esqueceu não se sabe onde.

Vale também para valores e sentimentos mais existenciais e transcendentes que perpassem o caminho, a verdade e a vida.

Por força das circunstâncias e de uma livre adaptação, entre nós Santo Antônio ganhou fama de santo-casamenteiro.

Ao que se sabe, vem dando conta do recado, com louvor.

E algumas escaramuças.

Lembro uma amiga que deixou a imagem do santo de ponta-cabeça dentro de um vaso por tempo indeterminado até que lhe aparecesse o príncipe encantado dos sonhos.

Demorou um bocadinho, mas, ao que eu soube, deu relativamente certo.

Casou naquele mesmo ano.

Se foi feliz para sempre, não sei lhes dizer.

Há tempos não tenho notícias dos pombinhos de então.

Mas, há quem diga que, do casório para frente, é jurisdição de outros veneráveis.

Tenho como legado de minha saudosa mãe a devoção a Santo Antônio.

Quando garoto, eu e as manas a acompanhávamos no ritual-mor dessa crença.

Todo dia 13 de junho, amanhecíamos na igreja de Santo Antônio, centro de São Paulo, para que, após a missa das 7, participássemos da distribuição dos ‘pãezinhos milagrosos’ que levávamos para casa onde seriam depositados nos vasilhames dos alimentos – feijão, arroz, açúcar etc. Garantia de fartura e alimento para o ano todo.

Depois, diante de um quadro com a imagem do santo, pendurado na parede da sala, a mãe depositava num pratinho três velas acesas:

Rezava pela família.

Rezava pelos que se foram.

Rezava por um mundo melhor, onde as pessoas pudessem viver em paz.

A gente acompanhava as orações em silêncio.

Hoje em dia, na ausência da mãe, procuro me manter cativo a Santo Antônio.

Não tenho o mesmo fervor e distinção, reconheço.

Não vou buscar os pãezinhos.

Não acendo velas.

Rezo do jeito que sei e quando posso.

No mais, permaneço na esperança de dias melhores num pragmático otimismo.

Pádua ou Lisboa, tanto me fez como me faz.

Visitei, nessas cidades, os dois santuários dedicados ao Santo, com misto de fé e saudade de um tempo que se viveu sem maiores atribulações, coisas ou causas perdidas.

Vida que seguiu e segue, pois…

Assim é – e sempre será.

Quando a coisa aperta, porém, é o nome que me acolhe e acode no refrão de antigo samba/oração:

“Que seria de mim, meu Deus, sem a fé em Antônio!”

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