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Aquela canção dos Beatles…

I.

Legal quando uma canção, de repente, volta do passado no assovio do homem na rua ou na programação da rádio que sintonizamos sem querer ou na trilha sonora de um filme ou mesmo no roteiro do show de um cantor que diz gostar tanto dela como nós.

É um mágico momento de cumplicidade.

Dividimos aquela emoção…

II.

As canções do passado não avisam, nem pedem licença.

Simplesmente reaparecem.

Ignoram as convenções.

Não respeitam lugar e hora.

Aguçam imagens.

Revolvem lembranças.

Estilhaçam alma e coração.

Dizem o que querem dizer – e voltam ao oco do mundo como se nada houvera, nem haverá.

III.

Confesso.

Elas me fazem um tantinho nostálgico.

Quase triste, diria.

IV.

Ontem, ao acaso, ouvi The Long And Winding Road, aquela antiga balada dos Beatles que resume a vida a uma longa e sinuosa estrada que acaba, inevitavelmente, em frente à porta de onde mora a quem amamos.

A imagem é linda…

V.

Quando a ouvi pela primeira vez, mesmo sem entender bulufas do que dizia a letra, fiquei encantado.

Foi no mais antigo dos anos, na exibição do filme Let It Be.

Paul estava ao piano e ostentava um visual barbado que, naquele final dos anos 60, era mais do que emblemático: estava na contramão dos padrões vigentes, ícone da tal revolução dos costumes que marcou a geração paz e amor da década seguinte.

VI.

O filme chegou ao Brasil com um tempo de atraso – era comum naquela época.

Já sabíamos, ao assisti-lo, que o grupo havia se desfeito e cada qual seguiria, vida afora, outros caminhos e novas canções.

Aquela era a última vez que os veríamos juntos.

A melodia, triste e dolente, me pareceu insinuar a nostalgia e dor das coisas que se perdiam, o fim daquele encanto juvenil que nunca mais viveríamos.

Como antecipara John Lennon, o sonho definitivamente havia acabado.

VII.

E me era impossível, aos quase 20, viver sem a busca louca de um sonho impossível, um sonho qualquer, que fosse embalado por uma triste e dolente canção de amor, essência das canções inesquecíveis…

O mais grave é que ainda hoje – aos quase 60 – nada mudou.

Continuo assim e…

… um tantinho nostálgico.

Quase triste.

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