As cores de abril

Foto: Parque da Independência/ Walter Silva

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A foto que hoje ilustra nosso Blog é do amigo e repórter-fotográfico Waltão.

Companheiro de tantas jornadas na velha redação da rua Bom Pastor, o figura completou 80 anos.

Foi no dia 28 agora – e eu, refugiado pelas bandas da Bocaina, preguiçoso que só, nada escrevi.

Imperdoável vacilo.

Pelo zap, desejei vida longa ao amigo.

Que retrucou bem ao seu estilo:

“Sigam-me os bons!”

De minha parte, Waltão, digo que tentarei.

Eu, meu embornal de lembranças, devaneios e amizades sinceras.

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Outro amigo, o Dori, preocupa-se com o cronista.

Diz que ando nostálgico além da conta nas crônicas da semana.

Dei de inventar até um Porto das Ilusões que ele mesmo jura não sabe onde fica e nunca ouviu falar.

De qualquer forma, diz o Dori, não lhe parece adequado que eu empurre minha sofrega embarcação para águas tão instáveis de tal ancoradouro.

“A gente não tem mais idade para enganos” – conclui.

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A leitora – e amiga do zap, a Zezé – comenta que ando sentimental, “quase um poeta”.

Gosta disso – e me incentiva a prosseguir.

Continue assim, diz.

Termina a mensagem algo desconfiada, porém – e me pergunta:

“Está tudo bem?”

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Tranquilizo a ambos e aos demais que, por ventura, me têm algum apreço.

Estou bem “nos conformes da idade” – como diz o cardiologista, Dr. Izaías, que a cada seis meses confere o baticum do meu combalido coração.

Evito lhes falar das tristezas que alardeiam os noticiários.

As flores de abril não querem saber de dor.

Me inspiro assim nas boas_vindas que o outono me dá.

Talvez seja só um mero jeito de corpo para continuar a caminhada e não perder de vista os amigos e o sonhar.

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Enfim…

… e a propósito:

O Porto das Ilusões fica logo ali, naquele quebra-mar, de águas acolhedoras, onde o sol bate e se inclina.

Concordo. Talvez não seja saudável fixar moradia por ali.

Mas, de quando em quando, vale fazer uma paragem.

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Trilha sonora por conta da sugestãoi da amiga Leila Kiyomura