Alguns estudantes de Jornalismo me perguntam mais sobre Reali Jr. – a quem dedicamos o post de ontem.
Recomendo a eles e a quem interessar possa a leitura de “Às Margens do Sena”, livro em que o próprio jornalista narra fatos marcantes de sua vida, em depoimento a Gianni Carta.
A obra é de 2007, publicada pela Ediouro.
Lá pelas tantas páginas, Reali comenta sobre o perfil adequado a um correspondente:
“O correspondente deve ser correto e equilibrado no tratamento da informação. Para tanto, precisa ter um certo distanciamento para poder analisar os fatos. Como todo jornalista, tem de marcar presença no sentido físico, quer dizer, na medida do possível, deve estar presente onde os fatos ocorrem e precisa falar pessoalmente e ao telefone com as fontes, as quais tem de respeitar. Precisa ficar em perfeita sintonia com a informação, isto é,com jornais, revistas, tevê, rádio, internet. Precisa ler jornais estrangeiros, para saber o que falam. Se eu fosse o responsável pela contratação de novos repórteres, a minha primeira pergunta seria: “Posso olhar sua caderneta de nomes e telefones?” Ela constitui a arma fundamental do jornalista.
O correspondente não pode se levar muito a sério, ou achar que é um ser poderoso. Não deve crer que sabe tudo pelos simples fato de ser mais informado sobre o noticiário que a maioria dos cidadãos. Ora, esse é o seu trabalho. Mas, sempre haverá alguém com alguma história que o correspondente desconhece, ou algo a acrescentar – e pessoas especializadas em diferentes áreas podem ajudar o correspondente a fazer análises mais aprofundadas.
Em todo caso, a profissão de jornalista é um aprendizado constante.”