A campanha eleitoral em São Paulo esquentou nos últimos dias. Um tanto em função do debate entre os candidatos que se realizou na noite de domingo na TV Bandeirantes. Outro tanto pela insidiosa inserção publicitária que os marqueteiros de Marta Suplicy bolaram para o horário eleitoral:
— Você sabe se Kassab é casado? Se tem filhos?
São as perguntas que o anúncio propõe – e que os analistas políticos e a mídia consideraram uma desrespeitosa invasão de privacidade à vida pessoal do candidato do Dem. O próprio senador Eduardo Suplicy disse que aconselharia a candidata do PT a não veicular mais essa peça.
Suplicy é mesmo um grande cara.
Também acho que não é por aí que se escolhe o melhor candidato à Prefeitura de São Paulo. Se é casado ou descasado, se tem ou não filho não são fatores determinantes de um grande gestor público. Se formos por aí, o risco de cairmos na vala das agressões mútuas e gratuitas passa a ser enorme – e literalmente todos perdemos com o equívoco.
Ouvi hoje na rádio Bandeirantes – que vem fazendo uma notável cobertura do pleito municipal – o comentário sobre o tema do cientista político Torquato Guadêncio. Ele classificou como “sórdido” o ataque sofrido por Kassab. Disse também que, ao contrário do que se imagina, há uma tendência do eleitorado em se manifestar a favor do ofendido e assim o tiro sair pela culatra.
Por essa ou por aquelas, leio agora na home do UOL que a peça publicitária não será veiculada hoje, e há controvérsias de que voltará ao ar. De qualquer forma, o que ela queria dizer já disse – e eu acrescentaria até que a mídia adorou a provocação.
Sei não, viu. Mas, desconfio que o assunto em questão já estivesse pautado há algum tempo. Sei de muita gente que foi atentar para o anúncio depois do que leu nos jornais.
Teria sido ingenuidade dos editores, apreço à verdade dos fatos ou só estavam esperando a hora para tocar fogo no paiol…