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As vozes da USP

Foto: Ricardo Stuckert

MANIFESTO:

USP E SP sem Tarcísio

Por uma Universidade crítica, independente, diversa

O resultado do 1º turno das eleições gerais de 2022 inaugurou um cenário de incertezas para os alunos, professores e trabalhadores da Universidade de São Paulo. Com a ida de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o 2º turno da eleição para o Governo do Estado de São Paulo, abre-se a possibilidade de vitória eleitoral, no estado mais rico do país, de um projeto político autoritário, anticiência e economicamente excludente.

Em São Paulo, sob a guarda estadual, encontram-se três das principais universidades da América Latina, dentre elas a Universidade de São Paulo. Em que pese a conquista jurídica da autonomia universitária, que permite às instituições de ensino superior paulistas uma estrutura orçamentária e política independente dos planos de qualquer governo, a aliança do atual presidente com Tarcísio de Freitas, pautada pela lógica do negacionismo e dos ataques às universidades, coloca em risco a qualidade do ensino, pesquisa e extensão, tal como as recentes conquistas relacionadas à popularização da USP.

Em uma conjuntura na qual a ciência foi essencial para a superação das consequências da pandemia, pesquisadores, estudantes e trabalhadores da USP provaram a necessidade de uma universidade crítica, independente e diversa: nossa universidade participou de cerca de um quarto de todos os estudos sobre covid-19 realizados no País que foram indexados internacionalmente e, além disso, posicionou-se a favor das liberdades democráticas frente à possibilidade de golpismo por parte da extrema-direita.

Nesse sentido, vislumbrar, como defende a base eleitoral de Tarcísio e do atual presidente, a possibilidade de cobrança de mensalidades na USP e a privatização de outras instituições de ensino, coloca em risco imediato o desenvolvimento científico, tecnológico e educacional do estado e do Brasil, além de abrir espaço para a exclusão de milhares de jovens negros e pobres que agora acessam as universidades estaduais paulistas.

De maneira grave, não consta no plano de governo do candidato qualquer menção à USP e à ciência no geral. Assim, sua possível vitória seria uma carta em branco, sem qualquer projeto consequente, para lidar com as universidades estaduais e com a Fapesp. Por outro lado, a alternativa, neste momento, para defender a USP e São Paulo é a derrota de Tarcísio por meio da eleição do ex-ministro da educação, ex-aluno e professor da USP, Fernando Haddad.

​Acreditamos que há uma voz a ser ouvida e ampliada nesta eleição: a voz da ciência, da diversidade, da educação, da inclusão e das liberdades democráticas. Para que essa voz não seja censurada, Tarcísio de Freitas e o atual presidente precisam ser derrotados. Para que no universo da cultura o centro continue presente em todas as partes, afirmamos: com a força da ciência, defenderemos uma universidade crítica, independente e diversa.

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* RECADO

Gente boa,

entre o professor

e o preposto do opressor,

quem você escolhe?

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