Li hoje nos jornais:
BEIJO ROUBADO DÁ CADEIA.
No Carnaval de Olinda e Recife será assim.
É o que determinou a Justiça de lá.
Eu, hein…
Sou do tempo em que a geladeira era branca e o telefone preto.
Assim não se perdia tempo em detalhes de somenos importância.
Quando alguém vinha com meias palavras, o outro logo dizia:
NÃO ESTOU ENTENDENDO NADA. EXPLIQUE-SE.
Se não houvesse o tal esclarecimento, a conversa parava por aí e vida que segue.
Hoje, a coisa tá diferente.
Por isso, estranhei a drástica medida.
Tem aparelhos de telefones de todas as cores e padrões e toques e funções.
Geladeiras, idem.
Desconfio que não é diferente na aludida área em questão, a do rala e rola.
Até hoje não entendi direito a história do “ficar”.
Pelo que ouço dizer, penso que seja uma ‘pegação’ sem maiores conseqüências.
Uma festa bigbrotheana sem transmissão da TV Globo.
Nenhuma bronca ou juízo de valor.
Era o que nos antigamente chamávamos de ‘ninguém é de ninguém’ em ritmo de bolero. Que também tinha implícita uma forte pegada, a famosa “vem cá meu bem que aqui tem”.
Por tudo o que acima foi relatado – e, diria, os ímpetos naturais de quem tem vinte e poucos anos –, desconfio que o Doutor Delegado de plantão terá infinitas dificuldades para registrar o flagrante delito em terras de Maurício de Nassau.
Imaginem vocês, meus caros cinco ou seis leitores, em meio à abrasante folia, no ritmo incandescente do frevo, pelo esplendor das ladeiras de Olinda ou das praias de Recife, naquela coisa toda, como dizer ao jovem Pierrot breaco e subitamente apaixonado…
TEJE PRESO, SEU MOÇO!