Chesea 4 x Portsmouth 0
Big Phil é o personagem de hoje.
Big Phil é o nosso Felipão que começou com pé direito a nova aventura em gramados – belíssimos, por sinal – da Inglaterra.
Gosto de ver o sucesso do homem.
Gosto de constatar a volta que deu em seus críticos que eram contumazes desde os tempos do Grêmio. Boa parte da crônica dita especializada o acusava de retranqueiro, que seus times não davam espetáculos, que eram um homem rude, com tendências a autoritarismo etc etc et.
Quando dirigiu o Palmeiras, ganhou maior notoriedade e as luzes da mídia nacional – mas, nem por isso lhe deixaram em paz. Ainda mais que Luiz Felipe Scolari nunca rezou a cartilha do politicamente correto. Nem se especializou em dar a resposta que os jornalistas esportivos gostariam de ouvir.
Nunca o ouvi endeusar a seleção de 82, por exemplo; em detrimento dos tetracampeões de 94. E olhe que não lhe faltou oportunidade. Sempre foi respeitoso com as duas gerações de boleiros.
Depois de uma passagem pelo Cruzeiro, apareceu a chance de comandar a seleção brasileira nas eliminatórias para a Copa de 2002 – e mais uma vez ouviu-se o coro dos descontentes. Principalmente depois que o homem cortou as chances de Romário ir ao Mundial. A Globo – principalmente pela voz de Galvão Bueno – incentivou a presença do Baixinho, preocupada com uma eventual indiferença do público e queda da audiência. Vale sempre lembrar que muitos jogos foram realizados na alta madrugada devido ao fuso horário do Japão.
Houve quem execrasse a tal Família Felipão como se nas redações a coisa funcionasse de modo diferente.
Enfim…
Chegamos ao penta – e gaúcho simplório alçou vôos inimagináveis na história de técnicos brasileiros. Primeiro comandando a seleção portuguesa – que teve outro brasileiro no comando em 1966, Otto Glória – e agora à frente do milionário elenco do Chelsea, na Inglaterra.
Lembro que, em meio às comemorações do penta, me diverti ao ver a expressão chapada e as explicações dos que criticaram Felipão e agora eram obrigados a aplaudi-lo. Dizem que hoje Big Phil está em lua-de-mel com a imprensa inglesa. Mas, ele continua o mesmo. Competente em tudo o que faz. Brincalhão e sincero.
Vi na TV o que disse aos repórteres londrinos:
— Estou há muito tempo no futebol para saber que o que manda é o resultado. Se eu perder, as pessoas vão querer me matar. E vocês da imprensa sabem muito bem disso.
E sorriu com a leveza dos vitoriosos…