Quantas estradas um homem deve percorrer
Pra poder ser chamado de homem?
Quantos oceanos uma pomba branca deve navegar
Pra poder dormir na areia?
Sim e quantas vezes as balas de canhão devem voar
Antes de serem banidas pra sempre?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento
Sim e por quantos anos uma montanha pode existir
Antes de ser lavada pelos oceanos?
Sim e por quantos anos algumas pessoas devem existir
Antes de poderem ser livres?
Sim e quantas vezes um homem pode virar a cabeça
Fingir que ele não vê
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento
Sim e quantas vezes um homem deve olhar pra cima
Antes de conseguir ver o céu?
Sim e quantos ouvidos um homem deve ter
Pra poder conseguir ouvir as pessoas chorarem?
Sim e quantas mortes serão necessárias até ele saber
Que pessoas demais morreram?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento
*Amigos, este humilde escrevinhador não poderia voltar, após um breve recesso, ao seu cotidiano blogar sem reverenciar a escolha de Bob Dylan como Prêmio Nobel de Literatura, em 2016.
Os da minha geração sabem o quanto o poeta Dylan foi marcante na construção – direta ou indiretamente – do nosso caminhar, do nosso fraterno sonhar.
Acreditávamos firmemente na utopia de uma sociedade mais justa, de um mundo melhor.
Tentar, tentamos…
Só lamento que, com o passar dos anos, muitos se esqueceram os versos de “Blow in the wind” e ouvir as respostas que ainda sopram no vento…