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Bonés e chapéus

Boné é coisa de menino. Homem usa chapéu.

Era assim no tempo do meu avô, Carlos Humberto Vitório Avezzani; o Carlito para a família e os amigos da mais famosa fábrica de chapéu da época, a Ramenzoni, onde trabalhou como chapeleiro até se aposentar.

Desconfio que já contei a história do vô Carlito em posts anteriores.

Hoje, vejo ressabiado que os chapéus ameaçam voltar às cabeças e à moda.

Li em algum lugar que é uma tendência.

Não trazem a sobriedade de tempos idos.

São mais maneiros, mais leves.

Reaparecem mais para compor um estilo do que propriamente para proteção das intempéries dos dias e das noites.

Salvo um ou outro, ainda não vejo a naturalidade de outrora no uso do tal acessório.

Estão nas cabeças dos jovens que até ontem usavam bonés.

Estes, sim, os bonés, retornaram em grande e belíssimo estilo.

Cobriram a cachola da garotada e dos não mais tão garotos como uma inofensiva praga colorida.

Até as moçoilas entraram na onda.

Com a pala para frente, para trás, para os lados (a lembrar o comediante Ronald de Golias), os bonés continuam pela aí.

Mas, já não causam o mesmo impacto.

Houve um largo período, porém, que ninguém mais quis usar bonés ou chapéus.

Soava a coisa antiga, démodé.

É tanto verdade que causou estranheza a todos nós repórteres quando, lá pelos idos dos anos 80, um (in)certo político apareceu de vistoso boné branco na inauguração de uma obra pública em plena manhã de sábado.

Não foi o atraso de hora e tanto que nos inquietou. Até porque é comum nessas ocasiões.

Aquele adereço na cabeça do dito-cujo estava extemporâneo.

Fora de hora e lugar.

— Ele quis proteger a calva do sol- alguém lembrou.

Mas, o céu estava nublado.

Apurou-se depois a verdadeira razão.

Ele tinha grandes bolhas de queimaduras recentes no alto da testa e da dita careca.

Nada grave, meus caros.

É que na noite anterior o notável participou de uma farra daquelas nessas casas de reputação suspeita –e, na hora da sauna a dois, a três, sei lá a quantos, ligou a torneira com tudo, de uma só vez. Não percebeu que o jato do vapor, no teto, estava a dez centímetros da sua cabeça.

Em respeito a dor alheia, demos apenas a notícia da inauguração.

Só mesmo a foto denunciava que havia algo de errado naquela cena.

*** FOTO NO BLOG: Divulgação/SBT

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