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Brasil e Uruguai. É hoje…

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Foto: Brasil e Uruguai, na Copa de 70/Acervo da CBF

Quando era garoto, se bem me lembro, a grande rivalidade do futebol sul-americano era, sim, o confronto das seleções do Brasil e do Uruguai.

A bem da verdade, éramos nós, os brasileiros, que ainda não havíamos assimilado a inimaginável derrota na decisão da Copa de 50 em pleno Maracanã.

Foi o mais doído 2×1 que registrou a história do nosso escrete.

O Maracanaço.

Doeu no corpo. Doeu na alma da nossa gente.

Sempre que os adultos tocavam nesse tema, o semblante era de estarrecedora tristeza. Algus chegavam às lágrimas sem entender como tudo aconteceu.

“Foi um silêncio sepucral” – dizia o Armando, amigo do meu pai, cabelo retinto e ‘testemunha ocular da História’.

Bandeou-se de São Paulo ao Rio para ver o jogo e se ‘esbaldar’ na carnaval fora de hora que nunca aconteceu.

(Esbaldar, gandaia, farrear – eram termos que a turma do pai usava para definir o que hoje os jovens e não tão jovens chamam circunstancialmente de ‘baladas’.)

Lembro que, na Copa de 70, o escrete brasileiro empolgava a todos, com belas atuações de Pelé, Jairzinho, Tostão, Gerson, Carlos Alberto e Cia.

Estávamos confiantes.

Comemorávamos nas ruas alegremente a cada vitória.

Até que na semifinal topamos com os nossos mais recônditos fantasmas encarnados na Celeste uruguaia.

Brasil enfrentaria os temidos uruguaios.

Bateu um sentimento de apreensão.

E vingança.

Será?

Como se portarão os jogadores brasileiros?

Felizmente Pelé, primeiro e único, estava numa jorrnada inspirada naquela tarde no estádio Jalisco – e comandou a seleção na incontestável vitória de 3×1.

O Rei tornou célebre o drible de corpo no goleiro Mazurkiewicz.

Vale outro registro. Também escapou de ser expulso de campo após desferir uma cotovelada sem querer querendo num oponente que tentou chegar mais forte numa dividida com o nosso camisa 10.

Soou como implacável vingança a vitória brasileira.

Com o passar dos anos, me parece, os ânimos se acalmaram.

Deixamos de ser o País do Futebol?

Por outra, los hermanos argentinos tomaram o lugar do time celeste como pricipais rivais dos brasileiros no Planeta Bola.

Há ainda aquela discussão insólita: quem foi melhor Pelé ou Maradona ou Messi?

(Esquecem que Garrincha e Didi ocupam espaço no mesmo panteão dos inesquecíveis.)

E cá estamos..,

Digamos que um tanto indiferentes, a rememorar o tal antagonismo, no dia de uma semifinal de Copa América em que Brasil e Uruguai se enfrentam.

Pela primeira vez, nesse tempo todo, uma nota destoante: ouço dizer que o Uruguai é o favorito.

Que eu saiba, não houve contestação, nem qualquer indignação da nossa parte.

Com naturalidade, e até boa dose de sensatez, assumimos o prognóstico desfavorável.

Mudou o futebol.

Mudou o mundo.

Mudamos nós. felizmente.

Não quero ser nostálgico, mas…

Penso que havia qualquer coisa mágica, de sincero encantamento, no futebol daqueles dias.

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