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Brevíssimas 3

I.

A balada

— Eaê?

— Belê…

— Então, tá…

— Fui…

— Valeu, véio…

— Demorô…

Pois é. Alguém já disse
há mais mistérios entre o céu e a Terra
do que supõe a nossa vã filosofia.
Mas, estou convicto de que nem ele
imaginou que seriam tantos e tamanhos.

II.

Histórinha

Enquanto isso, nos bastidores daquele
famoso telejornal, decidia-se
o destino da humanidade…

William:
— Vem comigo. Preciso de você
para contar a história do mundo…

Fátima:
— Não. Agora não dá…

William:
— Por quê?
Te amo, Fa. Vem…

Fátima:
— Que conversa! Não vê
que agora estou fazendo
‘escova progressiva’.

III.

Hora errada

Toda vez naquela mesma data,
o cunhado ligava a cobrar.
Mas, desta feita, não foi num bom momento…

— E aí, carão, como está?
Como está a minha irmã…

— Tudo bem. Tudo bem…

— Pois é. Mais um aniversário
de casamento, hein…
Grandes comemorações.
Você é o meu cunhado preferido…

— Também você só tem a mim
de cunhado, pô…

— 40 anos de casados.
Quem diria… Parabéns!

— Pois, então.
Não precisa me lembrar, não.
Se tivesse matado alguém
ou roubado um banco, já estaria livre…
No entanto, vê? Continuo ‘em cana’…

Bip, bip, bip, bip…
(Caiu a linha, providencialmente)

IV.

Pós-balada

Carlinhos Brown, a síntese e a ironia:

“A namorada tem namorada”.

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