Caco Barcellos é um dos mais brilhantes repórteres da atualidade.
A agressão que sofreu de manifestantes, durante a greve de servidores públicos do Rio de Janeiro, é injustificável – e revela a triste realidade do Brasil de hoje.
Não o medo, mas o ódio bestializado venceu a esperança.
Mesmo dentro da Globo – reparem, amigos leitores, o que eu disse e agora repito… Mesmo dentro da Globo, o autor de “Rota 66” e “Abusado” faz um jornalismo de primeira, sério e íntegro, ao lado dos jovens repórteres que ajuda a formar.
O seu “Profissão Repórter”, mesmo apresentado em horário ingrato (após o futebol na virada das quartas para as quintas-feiras), é o que de melhor se faz no jornalismo dentro da emissora. O programa tem uma postura independente da linha editorial da emissora e defende os pilares do bom jornalismo: o respeito à verdade factual e as funções crítica e fiscalizadora, além de uma defesa intransigente da reportagem como essência do jornalismo.
Lamento profundamente que hoje a intolerância e o divisionismo cego faça com nossa sociedade não saiba separar o joio do trigo.
Todos perdem quando um bom repórter sai de cena – e é impedido de trabalhar.
Se me permitem um outro reparo, aqui vai: não estou defendendo o jornalismo global. Defendo, sim, e me solidarizo com o jornalista Caco Barcellos pela relevância do trabalho que realiza e pelo seu passado de luta em prol da cidadania e da redemocratização deste País.