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Cadê a esperança?

Lá pelos anos 80, quando o País resgatou a esperança e vivia a redemocratização, eu acompanhava, passo a passo, o noticiário político e ficava interessadíssimo pelos resultados das primeiras pesquisas eleitorais que eram divulgados, inevitavelmente, com grande alarde.

Gostava, em especial, de acompanhar a corrida para a Prefeitura de São Paulo. Até porque, naqueles idos, dizia-se que os resultados da Metrópole influenciavam diretamente o pleito seguinte para a almejada Presidência da República.

Nunca se comprovou que a coisa funcionava assim, mas este era o mote – e eu, não raras vezes, usava deste argumento como pauta para minhas reportagens e meus comentários.

Eram tempos difíceis, sim. No entanto, o sonho e a esperança (como disse lá em cima) eram permitidos.

Andando para lá e para cá, ouvindo este e aquele, consultando especialista políticos e líderes partidários, não me contentava em cobrir o fato em si, mas chegava inclusive a fazer prognósticos sobre quais candidatos (ou pré-candidatos) tinham chance de seguir adiante, quais ficariam pelo caminho.

Conto essa pequena história – e o meu atento leitor já deve imaginar o motivo. Pois então, meus caros. Ontem foi divulgada a primeira (ou uma das primeiras) pesquisa de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo que acontecerá ano que vem. Deu, ao menos por enquanto, Russomano na cabeça – 34 por cento. Com Marta (PMDB) e Haddad (12 e 13 por cento, respectivamente). Outros menos cotados são Zé Anibal e João Dória Júnior.

Olaiá…

O que dizer desse cenário.

A princípio, nada. Apenas lamentar não ter mais vinte e tantos anos para acreditar que, com as figuras supracitadas, teremos uma cidade melhor e, de resto, um País verdadeiramente mais promissor.

Meu prezado amigo e conselheiro, o Escova, diz que é a idade que faz isso com a gente. Torna a gente cética a partir das desilusões que se acumulam.

Como nas canções do Benjor, que apostam sempre na alegria e no final feliz, torço para que apareça alguém, vindo sei lá de onde e que seja capaz de fazer o resgate da esperança.

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