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Cadê todo mundo?

“Cadê todo mundo?”

Faz sentido a pergunta do amigo Waltão, outro remanescente da velha redação de piso assoalhado e grandes janelas para a rua Bom Pastor, em recente email que me encaminhou por ocasião das festas de fim de ano.

Waltão está batendo no 7.0 e anda saudoso dos bons tempos quer cortávamos as ruas do bairro do Ipiranga, numa possante Rural Willys, atrás de notícias para a nossa Gazetinha.

E pergunta em tom de queixa:

“Estou bem, mas às vezes me pergunto: porque os meus amigos sumiram, ninguém dá um alô, ninguém mais deu notícias mesmo com toda facilidade de comunicação de hoje em dia?”

Nem sei direito o que responder ao amigo distante.

Antes de mais nada, penso em lhe confessar meu total descompasso com as tais redes sociais. Não transito por elas e, sinceramente, não sinto qualquer falta dos faces, dos twiters, dos instagrans e assemelhados.

Cheguei ao Blog e, quase 3 mil posts depois, por vezes avalio que já fui longe demais.

A bem da verdade, digo ao amigo e aos meus fiéis cinco ou seis leitores, o Blog nada mais é do que a continuação, na plataforma digital, da coluna “Caro Leitor” que mantive durante mais de 20 anos no jornal.

É neste espaço que, quase sempre, relembro, comento e revivo histórias que experimentamos ao lado de amigos daqueles idos tempo. Comecei o ano republicando um texto que escrevi em no jornal em janeiro de 1985 (Custou Muito aos Brasileiros). No dia seguinte, postei uma poesia da amiga e repórter Leila Kiyomura e ontem foi a vez do Escova e suas reflexões sobre o futebol brasileiro.
Como vê, Waltão, foi o jeito que descobri de manter vivo aquele período que vivenciamos sem nos dar conta o quão pleno e luminoso ele era.

É, companheiro, o tempo é mesmo implacável em seu caminhar. Sabe passar e a gente vai se virando como pode e dá. Vez ou outra, como você, um dos nossos lembra-se deste humilde escriba e envia uma mensagem que eu demoro a responder e assim vamos tocando.

Há tempo que é de fogo, outro que é de água. Temos de entender, cara.

Ainda neste ano – tomara – penso em lançar um novo livro. Quem sabe a turma toda não se reúne na noite de lançamento? Seria uma boa. Personagens das histórias, certamente muitos deles já são…

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