(…)
“Lembro que nas redações antigas não se tirava férias.
Não era medo de perder o emprego.
Até porque emprego em jornalismo nunca foi vitalício.
O Velho Nasci, mestre e amigo, sempre dizia:
— Tem alguma coisa de errado com o jornalista que ficar cinco anos no mesmo jornal.
E concluía depois de uma baforada no cachimbo holandês que não sei quem deu a ele:
— Com o jornalista ou com o jornal. Provavelmente com os dois…
Ficamos anos, décadas na Velha Redação de piso assoalhado; eu e os meus chegados, mas sempre concordamos com a frase.
O Nasci era um dos nossos.”
Trecho da crônica “As redações de então”, do livro Meus Caros amigos – Crônicas Sobre Jornalistas, Boêmios e Paixões, do jornalista Rodolfo C. Martino.
O livro reúne histórias das redações de jornais em tempos idos e vividos. Faz também uma sincera homenagem aos amigos com os quais pude compartilhar momentos inesquecíveis, de sonhos e utopias.
E conclui o texto:
— À noite, naquele Sujinho da vida, contávamos nossas prosas. E reclamávamos – ah! como reclamávamos – de tudo e de todos. No dia seguinte, de cara lavada e alma aventureira, lá estávamos para começar tudo de novo. Com a mesma saudável insanidade, marca registrada dos jornalistas de então.
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