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Caminhos do amor, por Rubem Alves

* (Imagem no blog: FreePhotosBank.com)

O amor começa quando colocamos uma metáfora poética no rosto da pessoa amada. A paixão é uma experiência estética. Está ligada à contemplação da beleza. A pessoa pela qual se está apaixonado é bela. Não é que ela seja bela – é o olhar apaixonado que a torna assim.

Pensando no meu desajeito, na minha desatenção, vou me lembrando das coisas que derrubei, das palavras que não ouvi, das flores que pisei. E dá uma vontade de fazer o tempo voltar para poder refazer o que foi desfeito, para recolher todo o sentimento e colocá-lo no corpo outra vez…

A saudade é o sentimento que mais se aproxima da paixão. Porque a paixão é o amor quando tocado pela morte. O amor tocado pela morte se inflama pelo medo da perda. E é assim que eu distinguiria o apaixonado do amoroso: o amoroso goza o seu amor com a leveza de uma criança, enquanto o apaixonado sofre a sua paixão por vivê-la sempre iluminada pela possibilidade da perda.

Três breves parágrafos do livro
Cantos do Pássaro Encantado,
de Rubem Alves, um dos mais
respeitados pensadores
brasileiros. É poeta, filósofo,
psiquiatra, foi professor
da Unicamp, escritor
e cronista.

A partir da própria vivência,
fez uma deliciosa coletânea
de crônicas sobre
as diversas fases
do amor.

Depois de ler Rubem Alves,
fiquei vexado só de lembrar
que um dia ousei escrever
sobre o tema…

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