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Campeão de audiência

O Corinthians é um caso de polícia.

Roubou a atenção até de quem não gosta de futebol para seu drama.

Quem, nesses dias, não parou à frente do aparelho de TV para, pelo menos, saciar a curiosidade de ver se era ou não desta vez que o clube do povo desenterraria os sapos da superstição e esqueceria para sempre do passado de 23 anos inglórios?

(…)

Os jornais, as rádios, as televisões não falam de outra coisa.

É hoje ou nunca.

(…)

A esperança está espalhada na boca de todos aqueles que vivem e veem no Corinthians a oportunidade de um desafogo gutural.

Queira Deus, seja desta vez!

* Trecho de Editorial de jornal em 13 de outubro de 1977, data em que o Corinthians venceu a Ponte Preta, com o histórico gol de Basílio. Foi campeão paulista e assim encerrou um jejum de 23 anos sem títulos.

II.

Quase 35 anos depois…

Qualquer semelhança é mera realidade.
Com algumas peculiaridades desses novos tempos.

O Corinthians é o legítimo campeão da Libertadores (por fim e enfim…)

É também um promissor fenômeno de marketing (quem não é corintiano é contra o Corinthians) e um notável campeão de audiência.

(Dizem que audiência da Globo ontem bateu em 50 pontos.)

Tudo pela anunciada inequívoca carga de dramaticidade e o tom épico de suas conquistas.

III.

Tanto a de ontem como a de 1977 reúnem argumentos suficientes para um movimentado e sedutor roteiro:

o entrecho de sofrimento, pelos anos de estio e fracassos;

a dura comparação com os rivais;

as gozações e o deboche recorrentes;

heróis e vilões que se sucederam (inclua-se, entre os vilões, nomes como Rivellino e Marcelinho Carioca, entre outros);

a baixa estima;

a pecha de perdedor, fizesse o que fizesse…

IV.

Tanto que se acrescentou à trama um triste episódio que, posteriormente, só enriqueceu o roteiro.

O herói precisou renascer das cinzas (a queda para série B é o ápice da tragédia) e recomeçar com coragem, fé e dignidade.

Quer um reality mais poderoso que este?

V.

Vivemos em um momento midiático.

Não há vida fora das lentes da TV, da home dos portais, das ondas do rádio, das páginas dos jornais, nas redes sociais.

Não basta ser.

É preciso ser e aparecer.

Ser, aparecer e impactar…

VI.

E a nação corintiana fez isso com raro talento…

Próximo capítulo:
… Mundial Interclubes no Japão.

(Será que a Globo consegue transferir os jogos para o horário nobre?)

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